A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde mental como um estado de bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou dor. A doença mental é compreendida como a influência de fatores genéticos, biológicos, sociais e ambientais para causar doenças da mente e do cérebro, além de acreditar ser inseparável a influência, profunda e complexa, entre a saúde mental e física. Desde o início em que a loucura foi reconhecida como “anormal”, a história apresenta ao longo do tempo, diferentes visões e conceitos que vão desde a possessão de espíritos maléficos até a construção do manicômio como lugar para descobrir a verdade da doença. Este estudo busca desmistificar definições que ao longo do tempo foram impostas nos portadores de transtornos psíquicos de forma que os mesmos foram excluídos do convívio dos ditos normais e assim reintegrá-los na sociedade. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica em números de 12 artigos científicos, com base de dados do Scielo, Google Acadêmico e de literaturas voltadas para o tema. Para análise dos dados utilizou-se a análise de conteúdo. Desse modo, verificou-se que a Reforma Psiquiátrica, movimento que a partir do século XX teve como uma das principais vertentes a desinstitucionalização com conseqüente desconstrução do manicômio e os paradigmas que o sustentam, buscou resgatar os direitos de cidadania para os doentes mentais. Ela não deve se restringir apenas na desinstitucionalização do cuidado, mas espera-se também que a Reforma resgate e estabeleça a cidadania do portador de transtornos respeitando sua singularidade e subjetividade gerando assim reintegração à família e sociedade sem a idéia de cura como único horizonte.