A atenção à saúde da mulher esteve, por muito tempo, focalizada na assistência ao período reprodutivo, preocupando-se somente com a função materna. Com a atual Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, esse quadro começa a ser modificado, e outros enfoques como o contexto social, as relações de gênero e o direito à vida sexual e reprodutiva são incorporados na assistência dos serviços de saúde. As práticas educativas em saúde inserem-se nesse contexto, subsidiando as estratégias de abordagem integral a saúde da mulher, possibilitando uma maior compreensão e intervenção nos determinantes do processo saúde/doença a que este público está exposto. Nesse sentido, objetivou-se relatar uma atividade de educação em saúde realizada com mulheres, na qual se discutiu algumas estratégias de cuidado e prevenção a agravos que acometem esse público. Trata-se de um relato de experiência do projeto de intervenção realizado por acadêmicos do 6º período de enfermagem, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, a partir da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I. A ação educativa desenvolvida no mês de junho de 2010, com um grupo de mulheres atendidas na Unidade de Saúde da Família (UBSF) do Bairro Paraíba de Caicó/RN, focalizou a discussão dos temas prevenção do câncer de mama e colo do útero, planejamento familiar, prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST, violência contra mulher. A atividade compreendeu cinco momentos: captação da realidade do território de abrangência da UBSF, no qual foi identificada a necessidade de abordagem da temática; planejamento da proposta; execução; avaliação e a construção do resumo final (nas normas da ABNT). Percebeu-se que, apesar de ser um dos grupos mais presentes no serviço de saúde, as mulheres ainda apresentam carência de informações sobre o cuidado e a prevenção de agravos à sua saúde. Neste sentido, os profissionais da Estratégia Saúde da Família devem responsabilizar-se pela promoção, prevenção e recuperação da saúde desse público, investigando suas necessidades e orientando sobre a adoção de cuidados. A atividade educativa desenvolvida pelos acadêmicos constituiu-se numa estratégia de divulgação em saúde, que procurou esclarecer dúvidas, compartilhar experiências, informar sobre a prevenção de possíveis agravos, favorecendo o autocuidado e a autonomia das mulheres no que se refere à tomada de decisões relacionadas à sua saúde, apontando a necessidade de mais atividades com este público.