A atenção básica é o serviço que primeiro recebe/atende o paciente com PA elevada. É relevante questionar se médicos e enfermeiros, que atendem nestes serviços, estão tratando os pacientes com PA elevada de forma agressiva, não fazendo diferença entre crise e pseudocrise hipertensiva. Os objetivos deste estudo foram confrontar as condutas dos profissionais do Programa de Saúde da Família (PSF) frente à crise hipertensiva com a literatura pertinente; avaliar se esses profissionais sabem diferenciar urgência hipertensiva, emergência hipertensiva e pseudocrise hipertensiva; listar os problemas do PSF, identificados pelos profissionais, que comprometem a assistência do paciente em crise hipertensiva. Trata-se de uma pesquisa descritiva de abordagem qualitativa, realizada com 12 profissionais (médicos e enfermeiros) atuantes no PSF dos municípios de Pedro II e Milton Brandão-PI, através de questionário. A maioria dos profissionais soube diferenciar urgência e emergência hipertensiva assim como tratá-las no seu nível de atenção, todavia a pseudocrise hipertensiva gera dúvidas quanto ao conceito e tratamento. As principais dificuldades relatadas foram a falta de estrutura das unidades de saúde e ausência de aparato e insumos necessários na crise hipertensiva. Conclui-se que os profissionais sabem diferenciar emergência e urgência, todavia possuem condutas terapêuticas diferentes, na maioria corretas. Contudo, a pseudocrise hipertensiva desperta dúvidas relacionadas principalmente ao conceito/ diagnóstico e tratamento correto. Isso assume maior importância no ambiente do PSF, que funciona como a primeira escolha da população frente à crise hipertensiva e, de acordo com os profissionais, conta com problemas que comprometem o correto manejo da situação pelos profissionais do PSF.