A violência contra a mulher é qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. A violência doméstica acomete a saúde das mulheres e a sua qualidade de vida, associando-se à depressão, ao suicídio, ao abuso de álcool e drogas, e sofrimento psíquico em geral. Objetivou-se analisar a depressão em mulheres violentadas fisicamente por seus parceiros, que procuram a delegacia da mulher em Campina Grande – PB. Especificamente buscou-se avaliar o perfil sócio-cultural dessas mulheres e, analisar o tratamento dado a elas como forma de proporcionar a recuperação e ressocialização na família e na comunidade. O estudo foi do tipo exploratório-descritivo, de caráter qualitativo, cujo instrumento utilizado para coleta de dados consistiu em um roteiro de entrevista semi-estruturado sendo aplicado em uma amostra de 10 mulheres. A pesquisa seguiu as recomendações da Resolução 196/96 do CNS. Os dados quantitativos revelaram que a faixa etária das mulheres agredidas foi de 20 a 30 anos, possuem filhos, renda própria e são casadas. Os dados qualitativos possibilitaram identificar queixas e sinais depressivos através dos depoimentos, bem como, quais as condutas que elas tomavam diante de tal situação, expressas a partir das seguintes categorias: I. “violência” contra a mulher a qual se apresentou freqüente, severa e repetitiva, II. “causas da violência” que teve como fator predisponente o uso de álcool e drogas, III. “ajuda para os sinais depressivos” onde algumas mulheres disseram ter procurado algumas vezes os serviços de saúde. IV. Os “sentimentos” após as agressões, predomínio do medo, choro fácil e culpa, sentimentos esses que sugerem em um quadro depressivo e, V. As “medidas” tomadas por essas mulheres, onde a maioria queria se libertar das situações de violência que estavam vivenciando. Diante das informações colhidas, percebemos que há uma forte necessidade de se ter uma atenção direcionada a essa problemática, focalizando a depressão como fator desencadeante da violência física contra a mulher e, conseqüentemente como um problema de Saúde Pública. Constata-se necessidade de conhecimento profundo dessa temática, para que assim, seja possível, através da promoção da saúde, melhorar a qualidade de vida e o bem estar desta população, assim como, erradicar a violência domestica e suas conseqüências e seqüelas nas mulheres brasileiras.