Este resumo apresenta o recorte de uma pesquisa realizada no Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria, cujo objetivo foi desvelar as percepções de puérperas acerca dos fatores que influenciam a amamentação. A discussão que será apresentada busca refletir as questões relativas à estética da mama como determinante no processo lactacional. A abordagem metodológica empregada foi qualitativa, do tipo exploratório-descritiva. O estudo foi realizado em um hospital universitário, com a participação de dez puérperas. A coleta dos dados deu-se por meio de entrevista semi-estruturada. Atenderam-se as prerrogativas da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. As respostas emergiram o fator estético como uma das motivações pela não amamentação. As puérperas referiram que outras pessoas lhes disseram que a queda e a flacidez das mamas são ocasionadas pela amamentação. Além disso, relataram que a desistência ou a desmotivação em aleitar devido a esse fator estético é uma atitude não delas, mas de outras mulheres, sendo a vaidade o determinante. Mesmo assim, o desejo de amamentar suplanta o fator estético para as puérperas desse estudo. O mito relativo à queda dos seios interfere na amamentação, já que as puérperas ouviram de familiares e amigos, os quais são importantes veículos de motivação e/ou desmotivação no processo do aleitamento materno. Os profissionais da saúde muitas vezes não oportunizam espaços para as mulheres revelarem as suas percepções. Assim, contempla-se uma lacuna na atenção à mulher e incita a reflexão sobre as ações culturalmente impostas na assistência. Ressalta-se que a maioria das ações de educação em saúde está revestida de caráter biomédico, centralizando o cuidado as mamas e os benefícios para o bebê, incutindo na mulher a necessidade de optar pela amamentação. É preciso repensar e abolir os discursos que associam a amamentação estritamente a questões reprodutivas.