Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos do 5º período do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, cujo objetivo é demonstrar a importância da observação como instrumento essencial ao desempenho do cuidado em saúde. A enfermagem é responsável por cuidar da saúde de seus assistidos e tem o enfermeiro como referência na gestão de uma assistência de qualidade. Para tanto, este profissional deve repensar e reformular suas ações teórico-práticas continuamente, por meio do pensamento crítico. O estudo, de natureza qualitativa, foi realizado em um Hospital Público de Belo Horizonte e utilizou para coleta de dados a observação participante e o diário de campo. As cenas vivenciadas no ensino clínico foram descritas no diário e confrontadas com referencial teórico específico. A análise das mesmas evidenciou três temas principais: a mecanização da assistência em enfermagem; a comunicação não-verbal como instrumento otimizador da assistência e a humanização do cuidado e direitos dos pacientes. O processo de trabalho da enfermagem mostrou-se mecânico e pouco flexível, com a realização de procedimentos automáticos, um cuidado fragmentado e indiferente à necessidade individual do assistido. Observou-se pouco preparo dos profissionais de saúde em reconhecer e interpretar a comunicação não verbal expressa pelos pacientes, o que desencadeia um cuidado desumanizado que infringe os seus direitos. Verificou-se a necessidade de reflexão pelos profissionais de enfermagem em promover um cuidado humanizado e adequado a todos os pacientes, pois têm direito a uma assistência qualificada. Concluímos, portanto, que a observação, como estratégia de desenvolvimento do pensamento crítico, evidencia um confronto teórico-prático relacionado ao exercício da profissão e que, o uso desta estratégia contribui para a formação profissional, permitindo ampliar o uso dos sentidos na coleta de dados fundamentais para o bom desempenho do enfermeiro.