O vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV), está presente em linfócitos T infectados encontrados em diversos fluidos corporais, como sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno. Na transmissão vertical (TV), a presença de linfócitos contaminados no leite que são transmitidos para a criança no momento da amamentação possui um nível de transmissibilidade maior conforme o tempo em que o lactente tem contato com o leite materno. No Brasil, identificou-se uma taxa de TV de 14,1%, no aleitamento de longa duração (> 12 meses) e 50% quando o período de aleitamento passou de 24 a 36 meses. Desse modo, observa-se que com a testagem no pré-natal e aconselhamento de portadoras do HTLV quanto à não amamentação, a taxa de TV do HTLV tende a diminuir. A pesquisa objetiva ressaltar a necessidade da realização da sorologia para o HTLV como exame periódico do pré natal para devidas orientações à gestante. Trata-se de um estudo descritivo, realizado por residentes, juntamente com graduandos, no ano de 2023, em um ambulatório de referência, no estado de Pernambuco. O levantamento dos dados se deu por meio de análise de prontuários dos pacientes que buscaram o serviço após diagnóstico, atendendo ao comitê de ética e pesquisa do hospital correspondente. Dos 91 prontuários estudados, a concentração da amostra teve como prevalência o sexo feminino e também contava com gestantes com sorologia positiva para o HTLV encaminhadas pelo pré-natal. A presença de mulheres em idade fértil e gestantes do estudo traz um dado importante, visto que esta população pode vir a amamentar em um período de pós-parto e precisa ser orientada quanto a não amamentação, uma vez que o aleitamento materno é a principal via de TV por mães infectadas. A testagem como exame de rotina do pré natal é essencial para o encaminhamento a serviços especializados para gestante com sorologia positiva e para orientações da não amamentação, indicando alternativas para alimentação, como banco de leite, e outras formas; atentando-se sempre às repercussões e impactos da impossibilidade de amamentar no binômio mãe-filho e na dinâmica da família. Conclui-se que a assistência de enfermagem prestada às gestantes com HTLV deve ser pautada na direção da não amamentação, deixando claro à gestante o risco de transmissão. Sendo importante também reforçar o preparo da equipe de enfermagem, no acolhimento e tratamento das gestantes com HTLV, bem como na difusão de informações por meio da educação em saúde.