INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares se mantêm no topo das causas de mortalidade no Brasil desde o início da década de 90, com taxas de letalidade que variam em torno de 80% no caso das doenças isquêmicas do miocárdio. Contudo, os avanços nas redes de atenção à saúde (RAS) têm corroborado com uma melhora na assistência dos pacientes. Assim, as cirurgias cardíacas vêm se desenvolvendo, sendo uma importante ferramenta para aumentar a sobrevida dos pacientes, porém, várias condições clínicas podem interferir no sucesso de abordagem cirúrgica, estas são descritas como preditores clínicos de complicações de cirurgia cardíaca. OBJETIVO: Descrever os preditores clínicos de complicações dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura abordando a temática e utilizando os descritores indexados no Decs a seguir: Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos, Complicações Pós-Operatórias, Revascularização Miocárdica. Foram encontrados 11 artigos, após o filtro dos fatores de inclusão (artigos publicados nos últimos 5 anos, estudos quantitativos com a temática central de preditores clínicos de complicações cirúrgicas) nas bases de dados da BVS saúde, Scielo e Lilacs no período de abril a junho de 2024. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Diante dos avanços das técnicas cirúrgicas e das práticas de assistência pré e perioperatório, as complicações ainda estão presentes no período pós-operatório. Estas, podem advim das condições clínicas previas e intrínsecas do paciente, do processo cirúrgico propriamente dito ou mesmo de falha na assistência pós-cirúrgica imediata/mediata. As principais condições prévias dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com base nos estudos selecionados, foram: ex-tabagismo e tabagismo ativo, dislipidemias e diabetes mellitus, hipertensão arterial, acidente vascular encefálico prévio, DPOC. CONCLUSÃO: Pode-se concluir que muitas condições clínicas prévias, ditas, preditores, podem influenciar negativamente no desfecho do processo cirúrgico cardíaco, por vezes, provocando reabordagem cirúrgica, aumento de uso de dispositivos invasivos, instalação de infecções, prologando o tempo de internação dos pacientes e aumentando os gastos em saúde, impactando diretamente em toda a RAS. Assim, a preparação cirúrgica adequada, levantando-se todos os preditores clínicos de complicações, bem como intervindo-o nestes em tempo oportuno, pode se tornar um catalisador no processo de recuperação destes pacientes.