Introdução: a COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-Cov-2, é uma infecção respiratória aguda globalmente disseminada, altamente transmissível e potencialmente grave. Uma complicação comum em crianças e adolescentes é a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), que ocorre algumas semanas após a infecção. Objetivo: descrever a caracterização clínica sobre a COVID-19 de adolescentes assistidos em acolhimentos institucionais no Nordeste do Brasil. Métodos: estudo tranversal, realizado em quatro acolhimentos em Fortaleza, Ceará, em julho de 2023, junto a 37 adolescentes (10-19 anos). Os dados foram digitados num banco do Excel, e, em seguida, exportado para o programa Statistical Package for the Social Sciences, versão 25.Aprovado sob parecer de número: 6.066.807.Resultados: dos 37 adolescentes estudados, 78,4% não contraíram COVID-19, enquanto 21,6% foram afetados. Destes, 5,4% necessitaram de internação e 16,2% desenvolveram “falta de ar” como sequela. A maioria dos adolescentes não teve COVID-19, alinhando-se a dados nacionais de 2020. No entanto, entre os afetados, a internação e a falta de ar foram observadas, possivelmente devido a fatores de risco ou gravidade da doença. É relevante notar que a “falta de ar” é uma manifestação comum em casos graves ou críticos, incluindo sepse, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e pneumonia grave. Esses resultados ressaltam a importância da vigilância contínua e da adoção de medidas preventivas em instituições que acolhem adolescentes, especialmente diante da COVID-19. Conclusões: o conhecimento do perfil clínico sobre a COVID-19 de adolescentes institucionalizados implica na supervisão contínua quanto a eficácia de políticas públicas implementadas nestes locais voltadas a prevenção de doenças infectocontagiosas.