Introdução: No contexto da violência sexual, as adolescentes estão mais expostas do que as mulheres adultas, considerando fatores como a dependência econômica e a menor escolaridade. No geral, a agressão vem acompanhada de outras formas de violência que podem gerar desfechos negativos em todas as dimensões dessa adolescente. Ademais, o trauma potencializa a exposição a outros comportamentos ao longo da vida como o abuso de substâncias e comportamentos sexuais de risco. Nessa circunstância, torna-se evidente a necessidade de discutir a saúde sexual em ambientes acolhedores e capacitados. Objetivo: Relatar a experiência de residentes da Atenção Hospitalar à Saúde da Mulher e da Criança durante a realização de uma dinâmica interativa na sala de espera no Ambulatório do Adolescente em Fortaleza, Ceará. Metodologia: O relato de experiência trata da atividade realizada por seis residentes de diferentes áreas de concentração (enfermagem, nutrição, fisioterapia, farmácia e psicologia) com pacientes presentes na sala de espera do ambulatório do adolescente de uma maternidade pública de referência em Fortaleza - Ceará em maio de 2024, mês de visibilização ao combate ao abuso e à exploração sexual infantil no Brasil. Resultados: O planejamento foi realizado previamente através de reunião presencial entre residentes e preceptora responsável pela ação. Participaram da ação, doze mulheres, dentre adolescentes e acompanhantes. A atividade que durou cerca de 30 minutos foi iniciada com uma explanação sobre a dinâmica conhecida como “repolho” e a definição de violência e seus tipos através da utilização de recursos audiovisuais. “O repolho” era composto por quatro perguntas reflexivas sobre o tema, tais como: “Tocaram em mim e eu não gostei. O que fazer?”, “Posso ir ao hospital ao sofrer violência sexual?”, “Preciso denunciar?”. Ao longo da dinâmica, cada adolescente lia o seu papel e respondia de acordo com suas crenças e as residentes intervinham auxiliando na construção das respostas. As adolescentes se mostraram curiosas e receptivas ao tema, compartilhando suas próprias experiências e sanando dúvidas que surgiram ao longo do encontro. Conclusão: Nesse contexto, percebeu-se a necessidade de proporcionar espaços seguros de promoção da saúde sexual e reprodutiva para o público adolescente.