Introdução: Apesar do aumento da expectativa de vida, a população tem apresentado maior número de morbidades e maior comportamento de risco com à saúde, que culminam na prevalência de internações hospitalares, especialmente em idosos. Objetivo: descrever o perfil de internações hospitalares em idosos no período de 2018 a 2022 em um município do interior baiano. Método: Estudo descritivo ecológico de série temporal utilizando dados secundários do Sistema de Informação Hospitalar, obtidos na base de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados foram coletados em junho de 2023, selecionando os idosos hospitalizados em serviços do Sistema Único de Saúde entre 2018 e 2022, em um município interior baiano. Analisou-se as variáveis: tipo de doença pela CID-10, ano de ocorrência, sexo, faixa etária em anos, cor/raça e caráter de atendimento (eletivo ou urgência). Resultados/Discussão: Entre 2018 e 2022 houve 7.774 internações hospitalares em idosos. Dessas, as três principais causas foram: lesões, envenenamentos e algumas outras causas externas (19,4%), doenças do aparelho circulatório (19,0%) e respiratório (15,2%), com aumento percentual de 50,2%, 110,4% e 31,1%, respectivamente. Para as três categorias de doenças, o sexo masculino é o mais acometido ultrapassando 50% dos casos e o principal caráter de atendimento é a urgência, oscilando entre 82,4% e 99,15%. A cor/raça preta/parda prevaleceu com os seguintes dados: lesões, envenenamentos e algumas outras causas externas (680;67,5%), doenças do aparelho circulatório (590;62,6%) e respiratório (635;75,1%). Na faixa etária, de 60 a 69 anos prevalecem as doenças do aparelho circulatório (557;37,7%), entre 70 a 79 anos prevalecem as lesões, envenenamentos e algumas outras causas externas (473;31,4%) e a partir dos 80 anos os idosos internam mais por doenças do aparelho respiratório (504;42,7%). O acentuado número de internações hospitalares em caráter de urgência aponta para uma necessidade de (re)estruturação das redes de atenção à saúde, especialmente no âmbito da atenção primária à saúde, pois a maioria dessas doenças podem ser prevenidas e tratadas no nível de assistência primária à saúde. Considerações Finais: o enfermeiro deve identificar este perfil e planejar ações de prevenção e promoção da saúde dos idosos na atenção básica para reduzir o número de internações hospitalares, principalmente aquelas relacionadas as condições sensíveis à atenção primária à saúde.