INTRODUÇÃO: As Ligas Acadêmicas (LA) são agrupamentos estudantis autogestados com a finalidade de aprimorar conhecimentos e habilidades de determinada área. No contexto da formação acadêmica do enfermeiro, as LA refletem uma extensão do ensino não-formal capaz de proporcionar autonomia, emancipação e uma vivência interdisciplinar aos sujeitos envolvidos, contemplando a universidade e a vivência de trabalho. Atualmente, com o impacto da pandemia do COVID-19, os graduandos em enfermagem têm experienciado maiores casos de depressão, ansiedade e estresse. Tal fenômeno impulsionou a construção de ações de promoção e prevenção de saúde mental no meio acadêmico. Diante dessa realidade, justifica-se a criação da Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde Mental. OBJETIVO: Relatar a experiência de criação de uma LA para os alunos do curso de Enfermagem. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, fundamentado na abordagem ativa de aprendizagem advindo da mobilização de discentes para construção da Liga. RESULTADOS: Após a decisão de criação da LA, 5 alunos se mobilizaram para a elaborar um Estatuto que dispunha acerca da estruturação, do referencial teórico, da organização e das demais regulações. Ele foi aprovado pelos trâmites específicos da instituição de ensino. A inauguração ocorreu no evento da Celebração à Luta Antimanicomial Brasileira na semana da enfermagem, no dia 16 de maio, organizado pela Escola de Enfermagem da UFMG e apoiado pela Associação Brasileira de Enfermagem Seção Minas Gerais (ABEn-MG), que transmitiu ao vivo no Youtube para todo o Estado. A finalidade da LA é unir ensino, pesquisa e extensão, sendo uma associação científica. Por ser uma área intersetorial e inerente à vivência do enfermeiro enquanto profissional e enquanto civil, a LA busca uma discussão multidisciplinar que traz em forma de estudo e pesquisa assuntos sobre inclusão e diversidade, problematizando condições sócio-culturais e econômicas que interferem na saúde mental. Para isso, considera-se a conversa com as áreas de neurologia, fisiologia, farmacologia, direito, cultura e educação. Tudo isso atrelado à perspectiva da enfermagem sobre o cuidado enquanto ciência. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A partir da experiência vivida, foi observado que os alunos podem exercer um protagonismo em relação ao processo formativo, identificando aquilo que consideram indispensável para a completude de sua formação e buscando maneiras de ampliar seu aprendizado.