Atualmente observa-se um aumento do movimento migratório registrado na história da humanidade. Indivíduos se deslocam dos seus países maternos e adentram ao desconhecido, devido situações graves e generalizada de violação de direitos humanos e emergências humanitárias. Segundo a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), em março de 2024, foram registradas 731,097 pessoas em necessidade de proteção internacional no Brasil. Muitos deles contam com o apoio de centros de referência para imigrantes. Nesse sentido, trata-se de um relato de experiência cujo objetivo é relatar a participação de duas enfermeiras em uma ação de saúde de acesso público realizada para pessoas refugiadas no Município do Rio de Janeiro. A experiência foi vivenciada por enfermeiras que participam do Grupo Interprofissional de Pesquisas, Estudos e Políticas voltadas para a Saúde das Mulheres, Adolescentes e Crianças, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Programa Acadêmico em Ciências do Cuidado em Saúde, Universidade Federal Fluminense. Foram ofertados os seguintes serviços: acolhimento e referenciamento, imunização, roda de conversa sobre temas de saúde mental, auriculoterapia e orientações sobre ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) e métodos contraceptivos. Pôde-se observar que a ala da vacinação não era visitada por todos e segundo relato de profissionais de saúde presentes na ação, a vacina ainda é um ¨tabu¨ para os migrantes e as pessoas em situação de refúgio devido a mitos e desinformação. Quanto à roda de conversa sobre saúde mental, constatou se a baixa adesão por parte do público migrante e em situação de refúgio e a questão da dificuldade do idioma pareceu ser uma barreira importante para a potencialização da participação. Os profissionais presentes se titularam como apoiadores na pauta sobre migração e pessoas em situação de refúgio, demonstrando disposição para contribuir e estreitar o vínculo saúde e migração. Em suma, a partir dessa experiência foi possível observar a importância da realização dessas atividades na tentativa de conduzir as demandas de pessoas migrantes e refugiadas que buscam atendimentos, entender os fluxos de atendimentos, além de observar dificuldades de adesão, vínculo e entendimento dos mesmos em relação as barreiras de acessos aos serviços de saúde.