Introdução: O alcoolismo parte da necessidade doentia do consumo frequente de bebidas alcoólicas, e se manifesta através da incapacidade de realizar atividades cotidianas sem a ingestão dessas bebidas. Dessa forma, por meio de um trabalho realizado com um grupo de mulheres, percebeu-se que o tratamento da dependência ao álcool, classificada como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), vem enfrentando barreiras na sociedade hodierna, principalmente pela influência midiática que, por meio de propagandas que relacionam o consumo de bebidas alcoólicas à sensação de felicidade, acaba por facilitar o retorno ao vício para aqueles que estão buscando tratar-se rotineiramente. Objetivo: Descrever as Representações Sociais de mulheres alcoolistas e a adoção do cuidado de si. Método: Trata-se de uma pesquisa descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, que utiliza o método de história de vida para captar as representações sociais dos sujeitos do estudo acerca do tema. O campo de pesquisa foi o Alcoólicos Anônimos (AA) da cidade de Belém. Os sujeitos do estudo foram 40 mulheres e os critérios de inclusão foram: estar participando das reuniões do AA, estar em abstinência e ser mulher. Resultados: Os relatos de vida de mulheres alcoolistas revelam a batalha diária contra o alcoolismo, considerando-o uma doença crônica. As representações sociais são essenciais na busca pela sobriedade e no autocuidado, refletindo a importância do conhecimento consensual do grupo social. A dialogicidade entre os membros do grupo Alcoólicos Anônimos foram fundamentais para a construção de novos significados em torno do alcoolismo. A adesão às propostas da irmandade AA reflete a busca por metas e a ancoragem na conquista da sobriedade. Em resumo, evidencia-se a importância das representações sociais na promoção do autocuidado e na superação da doença, ressaltando a relevância do apoio mútuo e da partilha de experiências no processo de recuperação. Considerações finais: As reuniões do grupo dos AA tornam-se crucial na manutenção da sobriedade das mulheres alcoolistas, uma vez que o cuidado de si, da mente e da saúde para manter-se longe do álcool é um incentivo recorrente no grupo, gerado através das experiencias compartilhadas dos participantes que acreditam que a doença não tem cura, mas que pode ser contornada com certos cuidados, fator que corrobora para que a enfermagem promova autocuidado de maneira holística e trace estratégias particulares e assertivas para esse grupo.