Introdução: O uso de substâncias psicoativas provém desde os tempos pré-históricos refletindo no aumento do prazer e diminuição do sofrimento. Estudos mostram que o consumo do álcool por pessoa no Brasil superou a média internacional. Contudo, os transtornos decorrentes do consumo destas substâncias suscitam inúmeros prejuízos de ordem física, mental, ocupacional e social nos indivíduos, seus familiares e em toda a sociedade. Objetivo: Descrever a experiência de contato com ex-dependentes químicos em uma casa de apoio no interior do Ceará. Método: Trata-se de um relato de experiência, cuja vivência ocorreu em uma casa de apoio no município de Uruoca com 21 ex-dependentes químicos, no período de abril a junho de 2024. Resultados: A casa de apoio vem sendo um ambiente acolhedor de forma que são utilizadas medidas não farmacológicas, como a fé, para o enfrentamento da dependência química. A maioria dos moradores realizaram o primeiro uso de substâncias químicas na adolescência sendo o álcool principal agente responsável pela dependência. Foi observado que os mesmos manifestam grande desejo em vencerem seus vícios uma vez que todos tem o livre arbítrio de residirem neste ambiente não havendo pressão familiar, mas sendo um espaço em que há a promoção da liberdade de escolha. Vivências foram compartilhadas e a dificuldade de ressocialização no tocante mercado de trabalho foi a problemática mais mencionada, o que gerou forte impacto social em suas vidas financeiras. Em uma visita subsequente, realizou-se a entrega de cestas básicas uma vez que os entrevistados que residem na casa de apoio contam com doações, não havendo contribuição governamental para sua manutenção. Considerações finais: Estratégias não farmacológicas podem ser um forte aliado na reabilitação de indivíduos dependentes químicos, desde que se leve em consideração a subjetividade do sujeito. O acolhimento, respeito da liberdade, escuta ativa e o diálogo são ferramentas importantes para o enfrentamento da dependência. Desta forma, espera-se que as políticas públicas já existentes sejam reforçadas para garantir a ressocialização destes indivíduos e que a sociedade seja educada para acolher estas pessoas livres de preconceitos.