Introdução: A contenção mecânica é uma abordagem empregada para restringir a movimentação, recorrendo a fixações em objetos ou dispositivos mecânicos. Em Unidades de Terapia Intensiva, essa prática é comum para salvaguardar pacientes e gerenciar casos de cooperação limitada. Contudo, é crucial destacar que o uso inadequado e excessivo desse método pode resultar em consequências adversas, incluindo o potencial aumento da incidência de delirium. Objetivo: Identificar na literatura artigos que tragam a relação entre a contenção mecânica e o risco de delirium. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa. A busca se deu nas bases de dados Medline, BDENF, LILACS e IBECS com a utilização dos descritores “Delirium”, “Unidade de Terapia Intensiva” e “Restrição Física”. Ao final da seleção e da aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 6 artigos foram selecionados para compor a amostra final. Resultados: Os estudos enfatizam o delirium como uma condição multifatorial, sendo a contenção mecânica um fator de risco precipitante. Alguns profissionais procuram embasar a prática com o conceito de “contenção preventiva”, visando a preservar a segurança tanto individual quanto coletiva. Entretanto, essa abordagem nem sempre considera os efeitos adversos, como estresse, ansiedade, imobilidade prolongada, restrição sensorial, falta de interação social e aumento do tempo de internação, fatores que potencializam o desenvolvimento de delirium. Recomenda-se uma avaliação criteriosa antes do uso da contenção mecânica, limitando seu emprego ao mínimo necessário e liberando o paciente prontamente. Alternativas terapêuticas devem ser consideradas, e se a contenção mecânica for empregada, é preciso promover a mobilização precoce e implementação de estratégias de monitoramento e gerenciamento do delirium. Conclusão: As relações diretas entre delirium e contenção mecânica ainda são pouco discutidas na literatura, porém, é importante considerar que certas circunstâncias ainda necessitam do seu uso. Para isso é essencial que o profissional seja capacitado para discernir os riscos e benefícios, garantindo o uso apropriado da contenção mecânica e, consequentemente, reduzindo os índices de delirium em Unidades de Terapia Intensiva.