Introdução: A construção do gênero cismasculino impôs ao homem comportamentos, crenças, e expectativas sociais que dificultam o acesso desta população às ações de saúde na maioria dos serviços da Atenção Básica. Por isso, em 2008, de maneira inovadora, foi criada a Política de Saúde do Homem, e teve alguns avanços como a ampliação da presença de homens em salas de vacina, no entanto, apesar da política passar por atualizações nos anos de 2017 e 2022, recebeu poucos investimentos em estrutura e formação de enfermeiros para sua implementação ao longo dos anos, de modo a tornar a inclusão de homens nos serviços ainda desafiadora para esses profissionais do Sistema Único de Saúde. Objetivo: Construir um plano de atividades educativas voltado para enfermeiros com o intuito de implementar a Política de Saúde do Homem em um município do Nordeste Brasileiro. Metodologia: Trata-se de um projeto de intervenção realizado em quatro etapas: (1) análise da situação de saúde, (2) elaboração de objetivos de aprendizagem, (3) elaboração de módulos de aprendizagem, e (4) elaboração de indicadores de monitoramento e avaliação. O Plano de atividades educativas tem como público-alvo os enfermeiros lotados nas equipes de: Saúde da Família; de Atenção Primária à Saúde (APS); de Atenção Básica e de Atenção Primária Prisional. Para a análise da situação de saúde foram utilizados dados secundários do Sistema de Mortalidade do DATASUS/Tabwin. Resultados: Foi elaborado um plano com 15 atividades que abordam aspectos importantes da saúde do homem, considerando a política e os dados epidemiológicos locais, com carga horária total de 60h. Os temas a serem trabalhados são: o impacto do gênero e da masculinidade no acesso e acolhimento; prevenção e cuidado nas doenças prevalentes nesta população; saúde mental e consumo de álcool e outras drogas; e mortalidade por causas externas. Além disso, os temas serão abordados a partir de cinemas, rodas de conversas, além de apresentar estratégias de busca ativa; de atividades de promoção à saúde; de manejo de grupos e de construção de vínculo comunitário. Ademais, foram construídos 5 indicadores para o monitoramento e avaliação do plano. Considerações finais: É primordial que sejam disseminadas intervenções educativas de maneira permanente para os trabalhadores, principalmente da Atenção Primária por se tratar da porta de entrada do sistema de saúde pública brasileiro e por estar amplamente capilarizado em mais de 80% de todo o território nacional.