Introdução: A depressão configura-se um transtorno mental crescente e de alta prevalência global, que afeta significativamente o humor. Este agravo pode acometer ambos os sexos e pessoas de qualquer idade. Em pessoas idosas essa condição pode trazer prejuízos de grande magnitude, como o declínio da qualidade do estado nutricional. Objetivo: identificar possíveis associações entre a presença de sintomas depressivos e o estado nutricional em pessoas idosas do estado de Alagoas. Métodos: Estudo transversal de base populacional, parte integrante do “I Diagnóstico alagoano sobre saúde, nutrição e qualidade de vida da pessoa idosa”. A coleta de dados ocorreu entre abril de 2022 e dezembro de 2023, por meio de visitas domiciliares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFAL. A presença de sintomas depressivos foi investigada por meio da Escala de Depressão Geriátrica (EDG-15), cujo resultado >= 5 pontos indica sintomas de depressão. O estado nutricional foi analisado por: (i) índice de massa corporal (IMC) (ponto de corte estabelecido pela OPAS, 2002); (ii) circunferência da panturrilha (< 34cm para homens e < 33cm para mulheres); (iii) Perda de peso não intencional no último ano (> 5 quilos); (iv) Força de Preensão Manual (FPM) (< que 27 para homens e < 16 para mulheres). Resultados e discussão: A amostra foi composta por 945 pessoas idosas, sendo 65,2% (n = 616) mulheres. A média de idade foi de 71 anos. Por meio da análise univariada, a circunferência da panturrilha associou-se com depressão (OR: 1.36; p= 0.029), bem como, a perda de peso não intencional (OR:1.51; p=0.006) e a FPM (OR: 2.13; p<0.001). No entanto, não houve diferença entre o estado nutricional avaliado pelo IMC e depressão (OR: 1.01; p=0.837). Em análise multivariada ajustada por sexo e idade, apenas a perda de peso não intencional (OR: 1.54; p=0.011) e a FPM (OR: 2.01; p<0.001) mantiveram-se associadas à depressão, indicando que a presença destas condições pode aumentar as chances de sintomas depressivos. Considerações finais: Estes achados reforçam as manifestações clínicas que podem repercutir no comprometimento da saúde mental da pessoa idosa ou ser consequência dela, uma vez que ocasionam em impactos negativos no estado físico e funcional, e consequentemente, psicológico.