Introdução: Os Serviços de Atendimento Móvel de Urgências contribuem para o desenvolvimento das práticas avançadas da enfermeira, valorização do trabalho, bem como convida a pensar sobre os conflitos que podem ser demarcados neste componente da atenção à saúde, devido as estruturas e processos envolvidos. Diante desta realidade regata-se a importância de investimento das competências para lidar com problemas éticos, o que inclui a sensibilidade moral. Objetivo: Descrever aspectos da sensibilidade moral das enfermeiras do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, descritivo, recorte de pesquisa com enfermeiras das urgências aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, realizado com 62 enfermeiras dos Serviços Móveis de Atendimento às Urgência. A coleta dos dados ocorreu de fevereiro a junho de 2022, com a aplicação de instrumento no formato online. Foi realizada a avaliação das evidências do instrumento em formato com 19 itens, distribuídas em quatro dimensões: orientação interpessoal, significado moral, vivência de conflito e confiança no conhecimento. As respostas foram analisadas pela concordância, discordância e imparcialidade sobre as afirmativas. Foi realizada a análise estatística descritiva com uso de software estatístico. Resultados: 64,5% das participantes foram mulheres. Os itens que obtiveram maiores concordância estiveram relacionados à importância dos princípios ao lidar com os pacientes (87,1%), a busca de sentido no trabalho na melhoria do paciente (85,5%), reflexão sobre os valores (80,6%) e às questões relacionadas a relacionamento com os pacientes, reconhecendo as reações acerca das ações de cuidado (75,8%), ter dificuldade em tomar decisões sem a participação do paciente (67,7%) e a consideração da participação do paciente (62,9%). As enfermeiras concordaram sobre se deparar com situações conflituosas (59,7%), enfrentar situações difíceis eticamente (51,7%). As enfermeiras apresentaram maiores discordâncias nos itens relacionados ao uso da opinião quando precisa tomar uma decisão pela pessoa (59,7%) e aportar confiança no conhecimento do médico quando está inseguro (48,4%), na experiência (38,7%) e na intuição (56,5%). Considerações finais: Evidenicou-se a importância da relação com os pacientes, respeito à decisão, abordagem de princípios e valores das profissionais; as maiores discordâncias relacionaram-se ao uso do conhecimento pessoal e intuitivo em contextos de difícil decisão.