A aquisição da identidade de gênero e o processo global da socialização do masculino ou do feminino estão intimamente ligados às primeiras vivências do indivíduo. Logo após o nascimento, a primeira identificação da criança com seu corpo se dá através dos seus órgãos sexuais, e a partir desse momento o ser começa a receber mensagens sobre o que a sociedade espera desta menina ou menino. Objetivou-se analisar na literatura científica qual a percepção dos adolescentes no contexto da identidade de gênero. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, sendo realizado através de uma revisão integrativa da literatura, por meio da estratégia PVO, realizada de setembro a novembro de 2022, permitindo a identificação, síntese e a realização de uma análise ampliada, acerca dessa temática. As bases de dados utilizadas foram a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), contemplando Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e a Base de Dados da Enfermagem (BDENF). Os artigos versam sobre: Relacionamentos familiares: seu papel na construção de identidades; Situações de preconceito e formas de enfrentamento; Sofrimento psíquico e qualidade de vida; Percepções da identidade de gênero. Este estudo evidencia que, durante a adolescência, a discriminação, violência, estigmatização e a exclusão social vivenciadas pela população LGBTQI+ acarretam importantes prejuízos à saúde mental, como a ansiedade, automutilação, depressão, tentativa de suicídio e suicídio. Assim, foi possível identificar o núcleo familiar como o principal meio de suporte social e o processo de autoaceitação são mecanismos fundamentais para o enfrentamento e o empoderamento do adolescente. A discriminação de adolescentes LGBTQI+ é um determinante social que também deve ser enfrentado pelos serviços em saúde, pois ocasiona prejuízos, como a evasão escolar, falta de oportunidades, perda do vínculo familiar e comportamento suicida.