Introdução: As concepções de saúde e cuidado na enfermagem são empoderadas pela associação das teorias científicas à prática, o que promove a consolidação do conhecimento de modo crítico e reflexivo. A abordagem anticapacitista configura-se como um combate ao capacitismo, entendido como uma estrutura social que discrimina pessoas com deficiência (PCDs), através de termos e posicionamentos pejorativos que hierarquizam como inferiores os que não se enquadram na estereotipada “corponormatividade”. Paralelamente, o Modelo de Adaptação de Callista Roy, compartilha os princípios que valorizam a individualidade, autonomia e colaboração pautada na ideia de pessoa como sistema adaptável baseado na interação com o seu ambiente. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar como a incorporação dos princípios anticapacitistas influencia a aplicação do Modelo de Adaptação de Callista Roy na prática de enfermagem, destacando possíveis benefícios para pacientes e profissionais. Metodologia: A metodologia utilizada foi a análise interpretativa da teoria de Roy e o impacto profissional da enfermagem anticapacitista, buscando identificar pontos de convergência entre as abordagens. Resultados: A análise revela que a integração da abordagem anticapacitista com o Modelo de Adaptação de Roy contribui significativamente para a promoção do empoderamento dos pacientes e a valorização de suas capacidades individuais. Por meio de aplicações práticas da avaliação holística e centrada no paciente, identificação das necessidades de adaptação, estabelecimento de metas adaptativas realistas e alcançáveis, promoção da autonomia envolvendo o paciente nas decisões e nos planos de cuidados, garantia de ambientes de cuidados de saúde tenham acessibilidade e a utilização de comunicação acessível. Considerações finais: A abordagem anticapacitista aplicada ao Modelo de Adaptação de Callista Roy na enfermagem revela um potencial promissor para transformar a dinâmica tradicional de cuidados de saúde, rejeitando a estigmatização e aproximando a pessoa com deficiência da atenção à saúde com equidade. Nesse contexto, a enfermagem anticapacitista se concentra em garantir que os profissionais de enfermagem tenham uma compreensão holística e inclusiva da saúde, valorizando a diversidade e a individualidade de cada paciente, independentemente de suas habilidades ou deficiências.