O conceito de cuidados paliativos vem se ampliando ao longo dos anos, e compreende-se que essa assistência seja iniciada no momento do diagnóstico de toda doença crônica e potencialmente ameaçadora à vida. Diante disso, torna-se gradualmente relevante debater sobre o assunto nas diferentes áreas de atuação, bem como no ambiente da terapia intensiva. Nesta unidade encontramos um grande aparato tecnológico disponível e aplicável no sentido de curar que, se utilizado de maneira inadequada, pode tornar-se um obstáculo pela utilização de medidas fúteis que causam dor e prolongam o sofrimento. Objetiva-se relatar a experiência de uma Enfermeira residente em Terapia Intensiva ocorrida serviço de cuidados paliativos de um Hospital Universitário. Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, que visa discorrer sobre a vivência de uma enfermeira residente em Terapia Intensiva no setor de cuidados paliativos de um Hospital Universitário de Fortaleza-CE, ocorrida em maio de 2023. O serviço é formado por uma equipe multiprofissional composta por médicas, enfermeiras, assistente social e psicóloga. A equipe recebe residentes da área hospitalar, que são agregados à assistência e desenvolvem atividades com os profissionais atuantes. Durante esse período ocorreram aulas e debates acerca do tema, abordando bioética, indicações dos cuidados paliativos na UTI, as fases de assistência paliativa, identificação e controle dos principais sintomas dos pacientes acompanhados, reconhecimento do processo de morte ativa, entre outros. Além disso, o acompanhamento e discussão diária de casos clínicos proporcionaram a identificação das barreiras na prestação desses cuidados dentro da terapia intensiva, assim como as possibilidades de melhorias. A experiência também contou com a participação ativa nas reuniões familiares, incluindo escuta e acolhimento inicial diante dos diferentes diagnósticos e prognósticos encontrados. A passagem no serviço proporciona ampliação do olhar em relação à abordagem ao paciente, sua autonomia e, especialmente, na comunicação e suporte às famílias, respeitando suas decisões e o tempo de entendimento sobre o processo de adoecimento. Essa experiência para um futuro intensivista torna-se imprescindível para uma assistência mais qualificada e humanizada.