Introdução: O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), acionado pela população por ligação telefônica gratuita, tem como objetivo prestar atendimento precoce a vítimas acometidas por agravos urgentes, em diferentes cenários. Estudos acerca das demandas do serviço pré-hospitalar permitem conhecer necessidades de saúde de determinada região e como este componente é acessado pela população. Objetivo: caracterizar as demandas realizadas à Central de Regulação das Urgências (CRU) do SAMU de uma capital do Sul do Brasil, nos anos de 2017 a 2021. Método: Estudo retrospectivo, quantitativo e descritivo. Os dados consistem de ligações recebidas pelo número 192 no período, extraídos do sistema informatizado desta CRU e analisados por estatística descritiva. Estudo aprovado pelos Comitês de Ética e Pesquisa da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Parecer nº 5.496.833) e da Secretaria Municipal de Saúde (Parecer nº 5.608.504). Resultados: No período analisado, o número 192 recebeu 1.366.053 ligações. Destas 30,2% (n= 412.522) foram identificadas como pedidos de socorro e reguladas, seguido de 26,9% (n= 365.006) classificadas como enganos, 17,9% (n= 243.390) informações e 8,2% (n=111.102) foram trotes. As informações e trotes ocorreram mais nos anos de 2017 e 2018. Prevaleceram os atendimentos de natureza clínica (54,5%), seguidos de traumáticos (28,1%), psiquiátricos (11,3%), transportes (4,5%) e obstétricos (1,6%). Os socorros clínicos foram mais frequentes em 2020 e 2021, os traumáticos em 2017 a 2019, e em 2020 foi o ano em que ocorreu maior número de socorros psiquiátricos. Quanto à gravidade, 47,9% foram classificados como média gravidade e 37,7% como pequena. As equipes de suporte básico de vida realizaram 89,9% dos atendimentos. Cerca de 74% dos casos atendidos, foram encaminhados a algum serviço de saúde para seguimento. Considerações finais: Informações sobre as demandas do SAMU contribuem para a organização das atividades do Núcleo de Educação Permanente e possibilitam melhorias na articulação do trabalho em rede. Destaca-se a importância da educação em saúde acerca da utilização do número 192 para as urgências pela população.