Introdução: A psiquiatria brasileira baseia-se no modelo tradicional e asilar e nos serviços substitutivos. Objetivo: descrever a experiência de metodologias ativas na construção do conhecimento em enfermagem psiquiátrica e saúde mental. Metodologia: Estudo qualitativo, do tipo relato da experiência realizado na disciplina Saúde Mental II, do curso de Graduação em Enfermagem de uma instituição pública de ensino superior na Paraíba. A disciplina oferece dois cenários para a realização de aulas Teórico-Práticas: o Hospital Psiquiátrico e Centro de Atenção Psicossocial. Os estudantes visitaram os serviços e produziram o material empírico de acordo com a Metodologia Ativa da Aprendizagem ancorada no método do Arco de Charles Maguerez. Resultados: os estudantes formularam o problema: identificar as diferenças assistenciais nos serviços e suas repercussões no processo de ensino-aprendizagem relacionado à construção da capacidade de senso clínico, crítico e reflexivo por meio da aproximação à psiquiatria e saúde mental. Identificaram precariedade das instalações físicas e da assistência psiquiátrica manicomial, a pouca demonstração de empatia entre profissionais e pacientes, o espaço que remete à doença por utilizar o modelo assistencial conservador, com imposição de cuidados e medicalização, em contra-partida da assistência no CAPS que promovia a inserção do usuário em seu processo de cuidado, entretanto, os dois serviços apresentaram necessidade de inserção social dos pacientes. A teorização foi elaborada pelos estudantes e evidenciou a importância da inserção do enfermeiro no cuidado psiquiátrico e em saúde mental, sua articulação com os serviços intersetoriais e com a equipe multiprofissional, além da necessidade de educação permanente e da interprofissionalidade. As hipóteses de solução foram embasadas na priorização da utilização de tecnologias leves para promover confronto entre as duas realidades observadas. A última etapa do Arco de Charles Maguerez, a aplicação à realidade aconteceu em momentos educativos junto aos profissionais dos serviços. Formaram-se rodas de conversa com os estudantes participantes da atividade para debater sobre os principais postos-chave elencados nesse estudo. Considerações finais: é necessário priorizar a inserção dos estudantes em serviços substitutivos ao modelo manicomial viabilizando o confronto entre a literatura científica e a práxis, promovendo pensamento crítico reflexivo sobre o cuidar psiquiátrico.