Introdução: A qualidade de vida (QV) é definida através da percepção do indivíduo a fatores relacionados à sua vida, no contexto da cultura, sistema de valores nos quais ele vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. A Organização Mundial de Saúde desenvolveu instrumentos para avaliar a qualidade de vida que foram adaptados para análise de grupos populacionais específicos, a exemplo do World Health Organization Quality of Life – WHOQOL-HIV e sua versão abreviada - WHOQOL-HIV-Bref, exclusivos para pessoas que convivem com HIV e aids, de fácil aplicação. Objetivo: Conhecer a produção científica acerca da avaliação da qualidade de vida da pessoa que convive com HIV e aids com a utilização do instrumento WHOQOL-HIV-Bref. Método: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada em julho de 2023 na Scientific Electronic Library Online (SciELO) e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases de dados do Banco de Dados em Enfermagem (BDENF) e da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Para a seleção dos artigos utilizaram-se os descritores: “AIDS”; “Avaliação”; “HIV” e “Qualidade de Vida”; combinadas com o operador booleano “And”. Foram selecionados 58 artigos inicialmente, desses, 18 estudos compuseram a amostra final, com base nos critérios de inclusão: estudos que utilizaram o instrumento WHOQOL-HIV-Bref, disponíveis na íntegra, gratuitos e em português. Foram excluídos estudos repetidos e que não abordaram nos resultados o produto da análise dos domínios afetados. Resultados: Os maiores escores apresentados nos artigos que utilizaram o WHOQOL-HIV-Bref foram nos domínios psicológico e espiritualidade. Já os menores escores e mais afetados foram nos domínios meio ambiente e nível de independência. Ademais, melhores níveis socioeconômicos e educacionais, adesão à terapia antirretroviral, estar em um relacionamento e ser ativo na religiosidade, tiveram melhores escores de QV. Em contrapartida, relações homoafetivas, preconceito, dificuldade no enfrentamento da doença e infecções oportunistas foram preditores associados à pior qualidade de vida. Considerações finais: A utilização do instrumento como uma tecnologia de avaliação da QV em pessoas que convivem com HIV e Aids, destaca-se como uma iniciativa que se mantém inovadora num contexto de interiorização, oferecendo informações úteis para subsidiar as políticas de saúde na prevenção, no tratamento e nas intervenções de enfermagem.