Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
INTERFERÊNCIA DA VIDA COTIDIANA NO ENFRENTAMENTO MATERNO FRENTE À SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS
Relatoria:
Danielle Lima Araújo
Autores:
- Graziela Brito Neves Zboralski Hamad
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: A identificação do Zika vírus no líquido amniótico de gestantes e a sustentação de que ele seria o responsável pelas sequelas ocorridas em bebês levaram a repercussões que vão muito além da Saúde Pública. A partir disso, começou a se desenhar a Síndrome Congênita do Zika vírus, sendo declarada situação de emergência de importância internacional, no período de 2015 a 2017 e iniciada investigação sobre a relação do vírus com a ocorrência dos distúrbios neurológicos. A rotina de cuidados da criança com a Síndrome Congênita do Zika vírus exige das mães uma dedicação exclusiva, que provocam sofrimento diante do contexto, havendo alteração na dinâmica familiar, no estilo de vida e na relação conjugal. OBJETIVO: Apreciar as dificuldades e desafios que as mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika vírus vivenciam. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com investigação interpretativa, na qual participaram 40 mães de crianças com a Síndrome Congênita do Zika vírus de diferentes cidades do Estado da Paraíba. As categorias construídas foram: (1) Dificuldades cotidianas; (2) Dificuldades no acesso aos serviços de saúde; e (3) Necessidades individuais e apoio psicológico. RESULTADOS: A primeira categoria identificou um suporte social enfraquecido, compatível com ausência do estado, coincidindo com o auge da crise política dos anos 2016 e 2017. Relatou-se a renúncia de si em prol do filho, o abandono dos estudos e/ou trabalho para cumprir as expectativas provenientes dos cuidados integrais à criança. A segunda categoria demonstra a espera por atendimentos muitas vezes torna-se desgastante, gerando frustrações, além da carência de profissionais capacitados, dificuldades para o acompanhamento das crianças nas terapias, a dependência de medicamentos caros e que nem sempre estão disponíveis para todas as crianças, bem como custos elevados com transporte. A terceira e última categoria destaca a necessidade de cuidados pessoais e suporte psicológico para a mãe, não possuindo tempo para si, diante do próprio
impacto da doença em suas vidas. O sofrimento emocional materno nessas situações pode afetar a capacidade de procurar ou conseguir apoio e de cuidar da criança quando precisam. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Face aos resultados apresentados, considera-se oportuno repensar a prática assistencial, assim como a implantação de protocolos de intervenção dirigidos que contemplem os elementos apontados nesta pesquisa.