Introdução: Durante a infância, a prática lúdica desempenha um papel crucial no desenvolvimento da criança. No entanto, as crianças que passam por períodos de internação enfrentam sérios distúrbios emocionais devido ao estresse relacionado a doenças e procedimentos médicos invasivos que são desconhecidos e assustadores para elas. Nesse contexto, a ludoterapia se destaca como uma intervenção eficaz para auxiliar as crianças a lidar com essas adversidades, utilizando uma variedade de técnicas terapêuticas, como a presença de palhaços, uso de instrumentos musicais, brincadeiras com fantoches, jogos de tabuleiro, atividades artísticas, quebra-cabeças e contação de histórias. Dessa forma, essas atividades são estratégias cognitivo-comportamentais que desenvolvem a autonomia básica da criança ao lidar com a situação em questão. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da utilização da ludoterapia em crianças hospitalizadas, analisando seu papel no enfrentamento de vicissitudes emocionais. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, baseado no relato de experiência dos discentes do Curso de Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande – CPF/UFCG, como parte de um projeto de extensão intitulado "Brincadeira Hospitalar: Promovendo Alegria e Terapia para Crianças e Adolescentes Hospitalizados". O projeto foi executado no período de junho a dezembro de 2022 e estava vinculado ao Programa de Bolsas de Extensão PROBEX/UFCG. O público-alvo do projeto foram crianças internadas no Hospital Universitário Júlio Bandeira de Melo, localizado em Cajazeiras, PB. Resultados: A ludoterapia desempenha um papel fundamental na recuperação da criança hospitalizada. Durante as ações, observou-se uma melhora na expressão emocional, na comunicação e na interação social das crianças. Além disso, foram evidenciadas reduções significativas nos níveis de ansiedade, medo e tristeza ao longo do período de internação. Os relatos dos familiares também confirmaram esses achados, destacando melhorias no comportamento e no bem-estar emocional das crianças após a participação nas atividades propostas. Considerações finais: Diante dos benefícios proporcionados por essa abordagem terapêutica baseada em atividades lúdicas, torna-se evidente a sua eficácia no ambiente hospitalar. Essa prática proporciona um cenário seguro e acolhedor, favorecendo o enfrentamento individual positivo e facilitando a reestruturação do processo de tratamento.