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Anais - 25º CBCENF

Resumo

Título:
INCONFORMIDADES ASSISTENCIAIS NO ACESSO AO PRÉ-NATAL DE MULHERES NEGRAS
Relatoria:
MARIA AMANDA LIMA BATISTA
Autores:
  • Milka Gabrielle de Lira Nobrega West
  • Kadja Elvira dos Anjos Silva Araújo
Modalidade:
Pôster
Área:
Dimensão ético política nas práticas profissionais
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
INTRODUÇÃO: A saúde reprodutiva e a assistência pré-natal são marcadas por disparidades étnico-raciais, comprometendo o viés de uma assistência equânime, universal e integral. Essas inconformidades refletem em vulnerabilidades e piores desfechos obstétricos. OBJETIVO: Identificar, na assistência pré-natal, as condições desfavoráveis que assolam as gestantes negras. MÉTODOS: Este trabalho é resultado de um capítulo de livro publicado no Programa de Atualização em Enfermagem: Saúde Materna e Neonatal da Secad. O capítulo reúne recomendações à assistência pré-natal às mulheres negras, destacando a importância do estudo étnico-racial na obstetrícia, através de recomendações atualizadas e condizentes à realidade brasileira. Para além, o material aborda as terminologias raça/etnia e seus desdobramentos na saúde materna. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Algumas das condições desfavoráveis que assolam as mulheres gestantes negras dizem respeito à predisposição biológica a doenças como anemia falciforme, hipertensão arterial e diabetes. Extrapolando o componente orgânico, a violência, em todas as suas modalidades, a pobreza, a baixa escolaridade, somadas à precarização do trabalho atravessam as mulheres negras de forma muito mais intensa e devastadora, se comparadas às brancas. As evidências científicas expõem a existência de disparidades étnicas e raciais nos cuidados com a saúde e que, na ocorrência dessa iniquidade, emerge uma série de doenças e desserviços de saúde. A promoção do debate do viés étnico-racial na saúde da mulher pode suscitar a elaboração de políticas públicas de equidade racial nos serviços de saúde direcionados à mulher, com respaldo técnico-científico, com vistas a melhorar a qualidade assistencial em obstetrícia e perineonatologia. CONCLUSÃO: É necessário reconhecer o impacto da interação entre raça, gênero na assistência pré-natal e como a combinação desses aspectos leva as mulheres negras ao patamar mais elevado de vulnerabilidade. Urge melhorar as condições da assistência pré-natal às gestantes negras, com vistas a garantir o curso de uma gestação saudável para o binômio mãe–filho, isenta de exclusão e de práticas discriminatórias. As desigualdades e as opressões que assolam as mulheres negras devem ser aniquiladas. As políticas públicas necessitam operar de forma efetiva, aproximando-se das realidades que permeiam esse grupo feminino, para que, dessa forma, suas estratégias sejam condizentes.