Anais - 25º CBCENF
Resumo
Título:
ENFERMEIROS EXAMINADORES DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA E AGRESSORES: PROPOSTA DE UM CURSO NO BRASIL
Relatoria:
juliana de oliveira musse silva
Autores:
- ALOÍSIO OLÍMPIO
- TACIANA SILVEIRA PASSOS
- MARIA JOSÉ DOS REIS
- CRISTINA BRAGA
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Formação, Educação e Gestão em Enfermagem
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Ao analisar todas as fragilidades apresentadas durante a assistência de enfermagem prestada a ás vítimas de violência nos serviços de saúde, um grupo de enfermeiros da Sociedade Brasileira de Enfermagem Forense desenvolveu uma proposta de capacitação para enfermeiros se tornarem examinadores, especialistas no atendimento de vítimas de violência e agressores. O curso denominado Enfermeiros Examinadores de Vítimas de Violência e Agressores (EEVVA) teve como objetivos: instruir os enfermeiros para a entrevista das vítimas, exame físico e preservação de vestígios forenses; qualificar os profissionais para a avaliação e documentação de lesões em vítimas de violência e discutir a sistematização da assistência de enfermagem. A primeira turma do EEVVA ocorreu na cidade de Fortaleza, no Ceará. Foram treinados o total de 10 enfermeiros (professores universitários e enfermeiros assistenciais de serviços de referência) do Estado EM novembro de 2019. O curso foi ministrado durante cinco dias consecutivos, com a presença de quatro enfermeiros forenses, nos períodos matutino e vespertino, o que totalizou a carga de 40 horas, divididas em 30 horas de aulas teóricas e 10 horas de aulas práticas. As estratégias didáticas utilizadas foram: exposição dialogada, dinâmicas em grupos e simulação realística para o exame clínico-ginecológico com mulheres voluntárias treinadas. Os conteúdos abordados abrangeram a legislação brasileira, protocolos de atendimentos às vítimas, etapas do processo de enfermagem, coleta e preservação de vestígios forenses. Para a realização das simulações realísticas, duas mulheres voluntárias foram “modelos vivas” e protagonizaram vítimas de violência durante as aulas práticas. Essas “modelos vivas” passaram por capacitação de 30 horas (quatro encontros online e quatro presenciais) para desenvolver a habilidade de atuar como usuárias durante a realização de todos os exames físicos e ginecológicos em seus corpos. Ao final do curso, uma avaliação escrita de aprendizagem, contendo 20 questões fechadas, foi aplicada aos enfermeiros, assim como uma avaliação de reação para avaliação da qualidade da capacitação. O EEVVA trata-se de uma proposta inovadora e de alta performance para enfermeiros consolidarem e ampliarem os conhecimentos e práticas necessárias para a assistência das vítimas de violência e seus objetivos convergem com as diretrizes preconizadas pela legislação brasileira para o atendimento integral às vítimas de violência.