Introdução: Definida como violência obstétrica, a manobra de Kristeller é caracterizada por uma pressão no fundo uterino durante o período expulsivo afim de encurtá-lo. A manobra pode ocasionar danos fetais e maternos tais como lesões a nível uterino e períneo. Para a mulher, os riscos potenciais do uso da manobra podem incluir ruptura uterina, e lesão do esfíncter anal, já no recém-nascido pode causar fraturas, danos cerebrais, dentre outros. Objetivo: Pretende-se analisar os impactos da manobra de Kristeller em puérperas e os riscos que a mesma pode causar, sob a luz da literatura. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa do tipo revisão integrativa no qual utilizou-se as bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e PubMed, aplicando os booleanos “and” e “or” e os seguintes Descritores Ciências da Saúde (Decs): Manobra de Kristeller, Violência obstétrica, Impactos, Puerpério, Relatos de casos. Incluiu-se artigos completos na integra, publicados entre 2018 e 2023 utilizando língua inglesa ou portuguesa que sejam do tipo relato de experiência, excluindo pesquisas in vitro/ in vivo e artigos incompletos. Resultados: Após a busca obteve-se um total de 53 artigos no qual ao adotar o critério de inclusão e exclusão resultaram-se em 3 artigos incluídos. Apesar de proibida, a manobra de Kristeller ainda é persistentemente realizada, muitas vezes sem o consentimento da gestante, com o intuito de “ajudar” a mãe durante o trabalho de parto. A mesma pode se encontrar associada a inúmeras consequências a saúde dessa mulher, tais como: maior incidência de laceração de primeiro e segundo grau, hemorragias no pós-parto, dor, além de um trauma psicológico em sua experiência de parto. Para o feto, problemas como: hemorragias e sofrimento fetal são visíveis mediante a manobra realizada. Considerações finais: Além dos riscos mencionados, não há evidências científicas sólidas que comprovem os benefícios da manobra de Kristeller em termos de facilitar a expulsão do feto. Técnicas obstétricas, como posições maternas adequadas, incentivo ao trabalho de parto espontâneo e uso criterioso de intervenções médicas, têm evidências mais substanciais para respaldar sua eficácia. Devido aos riscos, a manobra de Kristeller não é recomendada pela American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em vez disso, práticas obstétricas baseadas em evidências, são preferidas para garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.