Introdução: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são um grupo de enfermidades alvo de grande preocupação de saúde pública. A transmissão pode ocorrer por via sexual, vertical e pelo compartilhamento de materiais perfurocortantes. A principal forma de prevenção é o uso do preservativo, sendo essencial, também, a promoção de saúde, por meio de ações educativas voltadas para a saúde sexual e reprodutiva, visando desmistificar crenças errôneas, elucidar dúvidas e contribuir para redução da incidência dessas infecções. Objetivo: Descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem na realização de uma ação educativa para prevenção de ISTs na Atenção Primária. Método: Trata-se de um estudo descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência realizado em fevereiro de 2023 por discentes de enfermagem da Universidade Federal do Piauí (UFPI) em um campo de estágio da disciplina Saúde da Mulher, uma Unidade Básica de Saúde em Teresina-PI. O estudo foi produzido a partir de uma ação educativa acerca de ISTs, dividida em dois momentos: o primeiro envolveu orientações e distribuição de preservativos para os usuários que aguardavam atendimento na UBS, exceto crianças, e o segundo, a realização de testagem para Hepatite B e HIV. Relato da Experiência: No decorrer da intervenção, percebeu-se um não acolhimento inicial, pois os usuários pareciam "envergonhados", tímidos, dada a temática abordada. Assim, para aumentar a adesão dos usuários na atividade, foi realizada uma abordagem individual, com esclarecimentos iniciais e o convite para a realização dos testes. Foram constatados dois grandes déficits no âmbito da saúde reprodutiva, sendo o primeiro calendário vacinal incompleto, principalmente para as vacinas de Hepatite B e HPV, e a ausência de conhecimento acerca dos modos de transmissão das ISTs. Conclusão: Frente ao exposto, conclui-se que há necessidade de ações com metas para contribuir com o empoderamento individual e coletivo na adoção de comportamentos sexuais mais seguros, sendo essencial a identificação desses déficits visando intervenções coerentes com a realidade do território. Para isso, a educação continuada dos profissionais, principalmente enfermeiros, protagonistas desse cuidado, se torna um pilar dentro do serviço de saúde, uma vez que fortalece as atividades executadas, influenciando diretamente nas mudanças relacionadas à saúde dos usuários.