Introdução: A doença arterial obstrutiva periférica é caracterizada pelo acometimento da artéria aorta e de seus ramos. Devido à diminuição do fluxo sanguíneo, principalmente nas artérias dos membros inferiores, há o surgimento de feridas dolorosas de difícil cicatrização, que necessitam de cuidados contínuos. Objetivo: Descrever a ações da equipe de Enfermagem em Estomaterapia à pessoa com úlceras de etiologia arterial. Metodologia: Trata-se de um estudo de caso com abordagem qualitativa e caráter documental, realizado em junho de 2023 no Ambulatório de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Regional do Cariri (URCA). Os dados foram coletados através de informações relatadas no prontuário de saúde da participante. Esta pesquisa obedeceu aos preceitos éticos e legais quanto à pesquisa com seres humanos, tendo sido aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa Institucional sob o parecer de n° 3.155.662. Resultados: Participante do sexo feminino, 88 anos, acamada, aposentada, com admissão ambulatorial no dia 03/10/2022. À avaliação: cliente queixando-se de dor intensa, apresentando múltiplas úlceras arteriais em ambos os membros inferiores, bem como Lesões por Pressão (LP) em calcâneos e no 5º pododáctilo direito. As lesões arteriais apresentavam leito com necrose tipo esfacelo e/ou de coagulação e odor fétido. LP em calcâneos com necrose estável sem odor, bem como em pododáctilo. Condutas: encaminhamento à cirurgia vascular do município de origem. Cuidados locais com as lesões: limpeza com soro fisiológico 0,9% e solução de polihexabiguanida (PHMB); desbridamento mecânico em crostas não aderidas, laserterapia e uso de hidrofibra com prata associada a hidrocolóide em úlceras, e cobertura seca com gaze antimicrobiana em LP. Posteriormente, a cliente realizou a angioplastia, além do acompanhamento ambulatorial, com os seguintes cuidados: limpeza com clorexidina degermante mais soro fisiológico 0,9% e solução de PHMB, debridamento enzimático com papaína 10% em úlceras e LP em pododáctilo, além da espuma com prata, sempre em uso de gazes secas e ataduras como cobertura secundária. A paciente seguiu demonstrando melhoras progressivas, com lesões granuladas e em processo de epitelização, com bordas em aproximação, apresentando epitelização de 90% das lesões após 6 meses, e segue em acompanhamento ambulatorial. Considerações finais: Percebeu-se a importância fundamental da Enfermagem em Estomaterapia na promoção de saúde através da assistência qualificada.