Introdução: As questões raciais no Brasil dificultam relações interpessoais e institucionais em diferentes dimensões: histórica, social, cultural, política e psicológica. O racismo sistêmico institucional é compreendido como uma frustação coletiva no acolhimento com qualidade a grupos sociais condenados pela cor ou etnia, que impacta de forma significativa a população negra no campo da saúde. A sociedade brasileira ainda busca por igualdade diante das questões raciais, razão pela qual ainda hoje, a cor da pele determina um atendimento mais rápido, ágil e assertivo, onde episódios de racismo institucionalizado são presentes em diversas organizações no país. Objetivo: Descrever a importância das ações do enfermeiro para o combate ao racismo institucional. Método: Tratou-se de uma revisão da literatura de artigos publicados entre 2019 e 2023, disponíveis na base de dados da SCIELO. Resultados e Discussão: A saúde apresenta forte gradiente social, com tendência desfavorável às pessoas de grupos menos favorecidos e por isso, a força dos fatores sociais na manutenção de uma vida saudável e de prolongamento da sobrevivência pode ser experimentada por pessoas socialmente distintas. Neste contexto, a prática do racismo institucional pode ter impacto significativo na saúde da população negra devido à subvisibilidade de doenças mais comuns nesse grupo populacional, dificuldade de obtenção de um atendimento de qualidade e acesso à saúde. O enfermeiro enquanto profissional e pessoa, pode tanto ser influenciado pela sociedade, quanto influenciar. Sendo assim, pode auxiliar na prevenção do racismo ou cooperar na reprodução do mesmo. A partir desta concepção, entende-se que para desconstruir o racismo institucional, o profissional deve apoiar-se em conhecimentos sólidos sobre o assunto e trabalhar as necessidades da população negra. Deve estudar melhor a condição de vida, saúde, as patologias mais evidentes em pessoas negras, a discriminação e desigualdade pertinente ao processo saúde doença. Considerações Finais: O racismo sistêmico é um problema e deve ser enfrentado, pois, afeta grande parte da sociedade. É importante uma transformação nas maneiras preconceituosas, mas é preciso muito mais para corrigir essa prática; é imprescindível um aprofundamento histórico. É inevitável a consideração de componentes culturais, éticos e políticos em qualquer avaliação teórico-epistemológica do cuidado e da assistência prestada pelo enfermeiro, reduzindo as iniquidades em saúde.