INTRODUÇÃO:A hanseníase é uma doença infectocontagiosa cujo agente etiológico é o Mycobacterium leprae, transmitido pelas vias aéreas e caracterizada por lesões na pele e nervos periféricos de olhos, membros superiores e inferiores. Quando diagnosticada e tratada tardiamente, pode gerar alterações sensitivo-motoras e incapacidades físicas em decorrência do dano neural e a outros tecidos. As incapacidades impedem ou dificultam, permanente ou temporariamente, as atividades de vida diária, convivência social e atividades laborais da pessoa doente. Desse modo, o grupo de autocuidado desempenha um papel fundamental na prevenção, por meio da educação em saúde, e reabilitação de pessoas com ou sem incapacidades físicas. OBJETIVO: Descrever a experiência de acadêmicas de enfermagem em um grupo de autocuidado em hanseníase desenvolvido em um projeto de extensão realizado em 2021-2022. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, vivenciado em um grupo de autocuidado destinado a prevenção e recuperação de incapacidades físicas de usuários com hanseníase, em instituição de pesquisa, desenvolvido por um projeto de extensão da Universidade Federal do Pará. RESULTADOS: As atividades foram realizadas no ambiente de espera do ambulatório, quinzenalmente, e contava com equipe multiprofissional. O grupo abordava temas referentes ao autocuidado e exercícios para face, mãos e pés. Nestes encontros, era perceptível a necessidade de desenvolver a autonomia e empoderamento dos usuários, devido ao desconhecimento sobre a doença, além da identificação de sinais e sintomas iniciais de alterações fisiopatológicas. O grupo incentivou a mudança de comportamento e práticas de autocuidado e exercícios não supervisionados, visando melhoria do quadro de cada indivíduo, por meio, também, de uma atenção e orientação individualizada. CONCLUSÃO: O desenvolvimento de um grupo de autocuidado em hanseníase além de promover educação em saúde, permite o diagnóstico e tratamento de alterações antes que a incapacidade física seja instalada ou agravada. Portanto, é fundamental que os profissionais de saúde, em especial enfermeiros, visem a necessidade de disseminação do autocuidado em seu ambiente de trabalho.