Introdução: Mundialmente, 823 mil mortes de crianças menores de cinco anos poderiam ser evitadas com o aumento nas taxas de aleitamento materno. O aleitamento materno exclusivo (AME) até os 6 meses de vida contribui para o alcance de 6 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos até o ano de 2030. No Brasil, as taxas de AME e de aleitamento materno continuado no primeiro ano de vida, apresentaram prevalência de 45,8% e 43,6%, respectivamente. Considera-se um índice bom de AME taxas acima de 50%, e para a duração mediana do aleitamento materno, considera-se bom quando dura mais de 21 meses. A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada estratégia fundamental para alcance dos ODS, pois é um espaço privilegiado para ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Este resumo deriva da dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Prática do Cuidado em Saúde da Universidade Federal do Paraná, intitulada “Protocolo de Enfermagem para o Manejo Clínico do Aleitamento Materno na Atenção Primária à Saúde”. Objetivo: Identificar os entraves para o sucesso do aleitamento materno na APS. Metodologia: Estudo qualitativo, desenvolvido por meio de oficinas realizadas em setembro de 2021 com 43 profissionais de enfermagem da APS. Resultados: Emergiram dos discursos entraves relacionados a equipe de saúde, famílias, legislação e aspectos gerenciais da APS. Equipe apresenta discurso divergente sobre a amamentação e desconhecem a relação teórico-prática, fluxos internos e serviços disponíveis no município para a efetiva orientação sobre a temática. Famílias possuem a cultura da fórmula infantil arraigada, a qual perpassa gerações, além do uso de leite de vaca como substituto do leite materno. O curto período de licença maternidade e paternidade e o retorno da mulher que amamenta ao trabalho foram citados como determinantes para a interrupção precoce do aleitamento materno. Quanto a APS, déficit de recursos humanos, ausência de reuniões de equipe, espaço inapropriado e tempo escasso para os atendimentos, falta de treinamentos e atualizações sobre a temática, foram considerados entraves para o sucesso do aleitamento materno. Considerações finais: Os dados extraídos por meio deste estudo condizem com demais pesquisas disponíveis na literatura, as quais possibilitaram evidenciar que os entraves para o sucesso do aleitamento materno na APS são similares em diferentes países e estados do Brasil.