INTRODUÇÃO: A utilização de substâncias psicoativas podem gerar no indivíduo mudanças nas sensações, grau de consciência e no estado emocional, tendo potencial de tornar uma pessoa dependente química e junto a isso trazer diversos prejuízos psicossociais (ALVAREZ et al., 2014). Dessa forma, a assistência direcionada e humanizada a pacientes que são dependentes químicos é de extrema importância dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). OBJETIVO: Relatar a experiência vivenciada por estudantes de enfermagem no atendimento a um paciente dependente químico em uma UBS do Rio Grande do Norte. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência resultante das vivências de estudantes de enfermagem em aula prática da disciplina de atenção básica do curso de graduação em enfermagem. RESULTADOS: Durante o desenvolvimento das atividades práticas em uma UBS, os discentes tiveram a oportunidade de prestar atendimento a um paciente dependente químico. Assim, foi realizada a troca de curativo de uma lesão por arma de fogo (PAF) na região anatômica do trapézio esquerdo. No decorrer do procedimento o paciente relatou à equipe ter sido tratado de forma negativa pela equipe de um hospital no qual foi atendido anteriormente. Diante disso, os discentes promoveram uma escuta qualificada, realizando questionamentos estratégicos, visando possíveis futuras intervenções. Na troca de curativo o paciente afirmava estar com medo de possíveis dores por conta de experiências ruins que já lhe aconteceram anteriormente. Foram realizadas intervenções com vistas a tornar o procedimento menos desagradável, tais como: música solicitada pelo cliente e maiores cuidados na troca de curativo. Além disso, foram desenvolvidas ações de promoção à saúde, como a realização de testes rápidos para ISTs, e orientações para cuidados com o ferimento e sobre a importância de retornar à unidade para novas avaliações. Tais ações geraram um efeito satisfatório, diminuindo a ansiedade do paciente durante o procedimento. CONCLUSÃO: Tratar um paciente dependente químico suscita a necessidade de uma prática reflexiva, compreendendo a dimensão holística destes pacientes e contribuindo na formação e educação de futuros profissionais. Assim, a experiência relatada gerou reflexões sobre a necessidade da inclusão do tema na formação do profissional de enfermagem, possibilitando conhecer os fatores que geram a dependência química a fim de realizar acolhimentos e assistências de enfermagem mais assertivas e humanizadas.