INTRODUÇÃO: O óbito perinatal é aquele que ocorre desde a vigésima segunda semana de gestação até o sexto dia de vida. Entende-se que tratar destas perdas é delicado e a assistência prestada a essas mães é desafiadora, pois, em grande maioria, os profissionais de saúde não sabem como assistir as situações de perda perinatal. O objetivo desta obra consistiu em caracterizar a assistência da enfermeira às mulheres frente ao diagnóstico de óbito perinatal. METODOLOGIA: Revisão integrativa cuja busca deu-se na base de dados do Portal da Biblioteca Virtual em Saúde e do Google Acadêmico, no período de abril deste ano. Foram incluídos artigos de pesquisa originais, textos disponíveis na íntegra, na língua portuguesa, publicados até os últimos cinco anos, devido à necessidade de um levantamento atualizado sobre o tema. A amostra final resultou em seis artigos. RESULTADOS: Três categorias emergiram para discussão: Sentimentos relacionados à vivência do luto perinatal, Cuidado da enfermeira frente à vivência do luto perinatal e Estratégias de melhorias. Na primeira categoria, foram encontrados os sentimentos de tristeza, dor, impotência e frustração. As enfermeiras se viam limitadas e despreparadas para lidar com a morte. Na segunda categoria, foram evidenciadas atitudes de respeito à dor e ao luto, disponibilidade em atender às necessidades dos pais enlutados e referenciamento ao serviço social e à psicologia. As profissionais adotam medidas de “fuga”, evitando o envolvimento emocional e buscam não falar com as pacientes sobre o ocorrido. A última categoria trata das estratégias de melhoria para a referida assistência. Destacou-se a necessidade de formação e aperfeiçoamento das enfermeiras acerca da morte e do luto e a relevância do suporte psicológico aos profissionais. Foi levantada a necessidade do uso de métodos para alívio da dor no trabalho de parto de um feto morto, para acolher não só as dores físicas, como também as dores psíquicas da parturiente. Foi reforçada a importância de estimular a mãe e a família a terem contato com o bebê para a criação de memórias afetivas, caso seja o desejo da mulher. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É urgente a incorporação de políticas públicas que compreendam a assistência ao luto materno. Destaca-se a necessidade de educação permanente sobre o tema e processos formativos de profissionais de enfermagem que favoreçam o melhor enfrentamento dos óbitos perinatais. Sugere-se desenvolvimento de novos estudos acerca desta problemática.