INTRODUÇÃO: A adolescência é caracterizada como uma fase do desenvolvimento, com mudanças físicas, sociais, psicológicas, cognitivas, sexual e emocional. Portanto, a maternidade precoce pode gerar impactos nas relações com parceiros, família, e na saúde materno-infantil. OBJETIVO: Identificar os fatores associados à gravidez durante a adolescência e as principais consequências para a saúde materno infantil. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão de literatura realizada na base de dados Medline e Biblioteca Virtual em Saúde, em junho de 2023, a partir dos descritores em ciências da saúde (DeCS), com as seguintes expressões de busca: (“Pregnancy in Adolescence” AND “Primary Health Care”; “Pregnancy in Adolescence” AND “Adolescent Health” OR Adolescent). Considerou-se como critérios de inclusão artigos disponíveis para livre acesso no período de 2018 a 2023, no idioma português, espanhol e inglês. No total, foram encontrados 748 artigos, com o uso dos filtros totalizaram 183 artigos, após a leitura do título e resumo 176 foram excluídos. Desconsiderou-se cartas, editoriais, manuais, dissertações e teses acadêmicas, totalizando 7 artigos para leitura na íntegra. RESULTADOS: Dentre os fatores associados à gravidez na adolescência, evedenciou-se os aspectos socioeconômicos, falta de informação relacionada à saúde sexual e reprodutiva, negligência familiar, falta de vinculo com os pais, acesso precário à contracepção, violência sexual, casamento e inicio da vida sexual precoce, nível de escolaridade, baixa autoestima, comportamentos de risco como o não uso de contraceptivos, uso de drogas lícitas e ilícitas. Assim, a gravidez na adolescência desencadeia consequências para a mãe e filho, como mortalidade materna relacionada à eclâmpsia, infecções sistêmicas e prematuridade. Também há a perpetuação do ciclo de pobreza, ausência de apoio psicológico e social, rejeição, relacionamentos instáveis e julgamentos punitivos, afetando a saúde mental das adolescentes grávidas e mães adolescentes. O abandono paterno causa sobrecarga, resultando na interrupção dos estudos e dificuldade para entrar no mercado de trabalho. CONCLUSÃO: A gravidez na adolescência é um problema de saúde pública, necessitando-se de investimento em políticas públicas, práticas de educação sexual, letramento em saúde sexual e reprodutiva, e planejamento reprodutivo, possibilitando que as adolescentes tenham dúvidas esclarecidas para empoderamento das usuárias, promoção da saúde e prevenção de agravos.