Introdução: A promoção à saúde do trabalhador, além de contar com sua própria iniciativa, envolve questões multiprofissionais e intersetoriais. Neste sentido, o Exame de Saúde Periódico representa uma importante ferramenta transversal ao trabalhador-gestão-trabalho, por possibilitar a composição de perfis epidemiológicos laborais, avaliar as condições de saúde, além de detectar precocemente doenças relacionadas ou não ao trabalho. Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar as principais causas da não realização dos Exames Periódicos na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e construir estratégias relacionadas ao seu enfrentamento. Método: Trata-se de uma pesquisa do tipo exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. Então, após o parecer favorável do Comitê de Ética da UFRN, para a coleta de dados foram enviados convites por e-mail aos participantes alvo, para o preenchimento de um questionário com perguntas abertas e fechadas. Os dados foram categorizados e analisados por meio da análise de conteúdo segundo Laurence Bardin. Resultados: desvelou-se que as principais causas se referem à baixa expectativa quanto ao potencial de resolutividade do serviço às demandas individuais de saúde, à falta de tempo e/ou prioridade para realização dos exames, à insatisfação com a avaliação clínica, além de desvelar que o ponto crítico para o distanciamento ao serviço está diretamente associado à baixa efetividade em comunicar as ações pretendidas, evidenciado pelo conhecimento insuficiente dos respondentes em relação a necessidade e importância do acompanhamento de sua saúde. Considerações finais: faz-se necessária uma mudança de paradigma, que pode ser alcançada mediante ajustes estratégicos nos fluxos, disponibilização de informações mais claras e precisas, além do direcionamento das ações coletivas e intersetoriais, com métodos intencionais e programados, a fim de alcançar estes trabalhadores públicos.