OBJETIVO: identificar os fatores geradores de estresse e as formas de enfrentamento dos docentes de enfermagem de duas instituições de ensino superior brasileiras durante a pandemia da COVID-19. MÉTODO: estudo descritivo, transversal, com abordagem qualitativa. A amostra por conveniência foi composta por 20 docentes da instituição pública e 11 da instituição particular, totalizando 31 participantes. Essa pesquisa corresponde a um recorte do projeto: “Sono, Resiliência e Ansiedade nos Docentes e Discentes Dos Cursos de Enfermagem de Instituições de Educação Superior”, aprovado pelo comitê de ética com CAEE: 39657620.3.0000.5243 e parecer de aprovação número 4.557.610, seguindo os preceitos éticos da resolução 466/12. As análises foram realizadas com o software IRAMUTEQ® através da análise de similitude e a nuvem de palavras. RESULTADO: as duas análises convergem ao exibir como palavra central o “medo”, entre outras palavras relevantes pela sua alta ocorrência como “isolamento social”, “casa”, “filho”, “preocupação”, "família", “cuidado”, “trabalho remoto” e “agora”. Desta forma, construíram-se duas categorias de análise: 1) Os medos vivenciados pelos professores na pandemia da COVID-19, apresentando três fatores principais como o medo às perdas, as angústias do isolamento social e a preocupação com as demandas de cuidado familiar; 2) Desafios na adaptação dos professores ao período pandêmico, exibindo os retos impostos pelo trabalho remoto e a adoção de medidas de prevenção e controle da Covid-19. CONCLUSÃO: os diversos fatores diretos e indiretos da pandemia da Covid-19 geraram sintomas psicoemocionais nos docentes, em especial, pela afetação das atividades da vida diária e o cuidado da família, além do trabalho remoto que deixou em evidencia barreiras de acesso, fragilidades na preparação didático-pedagógica dos docentes, dificuldades na organização do tempo e ambiente de trabalho e as demandas pessoais, somado a outros aspectos a enfrentar como os distintos ritmos de aprendizagem e a baixa motivação dos alunos.