A motivação é um dos principais fatores determinantes para o aumento da aprendizagem e um excelente precursor para a reflexão e a criticidade dos assuntos abordados. Neste contexto, avaliar a motivação dos estudantes é uma tarefa complexa, mas fundamental para entender os fatores que podem contribuir ou dificultar o processo de aquisição de conhecimentos. Assim, conhecer os fatores motivacionais e desmotivacionais dos estudantes universitários, desde o primeiro ano do curso até sua conclusão, poderá trazer subsídios para traçar diferentes estratégias motivacionais que possam garantir sua permanência ativa, crítica e reflexiva durante a formação, principalmente neste momento tão delicado de pandemia de Covid-19. O presente estudo teve como objetivo avaliar a motivação acadêmica de estudantes universitários de uma instituição privada de ensino superior do Distrito Federal. Tratou-se de uma pesquisa quantitativa, por meio de um estudo descritivo, a qual foram aplicados dois questionários: um sociodemográfico e acadêmico, e a EMA – Escala de Motivação Acadêmica, validada no Brasil em 2016. Participaram 350 acadêmicos de enfermagem regularmente matriculados. A pesquisa revelou que a motivação dos acadêmicos diminuiu no período pandêmico, contudo, não pensaram em trancar ou abandonar o curso. Em relação à EMA, a pesquisa apontou que acadêmicos do 4º ano do curso estavam mais desmotivados em comparação aos demais estudantes e acadêmicos dos anos iniciais do curso apresentaram maior motivação intrínseca em relação aos demais. Em contrapartida, alunos do 4º ano do curso apresentaram maior motivação extrínseca, especialmente a motivação voltada para regulação externa e regulação introjetada. Nesse contexto, foi evidente que a motivação muda no decorrer da formação acadêmica - nos anos iniciais evidencia-se a motivação intrínseca; nos anos finais, a motivação extrínseca. Deste modo, as universidades devem ter diferentes estratégias motivacionais para manter o estudante em todo o processo formativo. Caso contrário, este poderá apresentar maiores índices desmotivacionais, principalmente, neste estudo, acadêmicos do quarto ano do curso. Portanto, espera-se que outros estudos possam ser realizados para fomentar a discussão sobre a motivação acadêmica e as diferentes estratégias motivacionais no âmbito universitário.