INTRODUÇÃO: Estimasse que atualmente, no Brasil, cerca de 7 a 20% da população infanto-juvenil apresenta algum transtorno mental. Os Centros de Atenção Psicossocial infanto-juvenil (CAPSi) acolhem e oferecem tratamento a jovens com diversos distúrbios psíquicos, integrando o controle de sintomas e o cuidado humanizado. A enfermagem tem um papel fundamental nos cuidados a estes pacientes, que deve ser baseados em evidências científicas que permitam uma assistência eficaz e prática. OBJETIVO: Construir uma tecnologia educacional no formato de cartilha para educação permanente da equipe de enfermagem atuante nos CAPSi. METODOLOGIA: Estudo metodológico, de abordagem quantitativa, onde foi realizado: revisão da literatura; coleta de dados através de entrevistas com equipe de enfermagem; e formulação da tecnologia educacional através das informações coletadas. RESULTADOS: O diagnóstico mais prevalente entre o publico infanto-juvenil é o quadro de depressão, seguido pelos transtornos de bipolaridade e o transtorno espectro autista (TEA). Todos os participantes (100%) relataram o uso de ferramentas na unidade para organizar o trabalho, entretanto, apesar das ferramentas utilizadas, os participantes relataram a falta de um instrumento exclusivo da enfermagem para direcionar os cuidados aos pacientes. Quando questionados sobre quais temáticas a equipe gostaria de receber maior capacitação, foram citados transtorno de bipolaridade; manejo em pacientes com tentativas de suicídio; depressão; e o auxilio aos familiares de crianças e adolescentes atendidos na unidade. CONCLUSÃO: A cartilha foi construída com embasamento nos dados obtidos. Os diagnósticos inseridos foram Depressão, Transtorno de Déficit de Atenção, Bipolaridade, Esquizofrenia, Déficit Cognitivo, e Transtorno Espectro Autista (TEA). Entre os capítulos, são abordados a definição dos transtornos, os sinais e sintomas, efeitos adversos dos tratamentos farmacológicos, e alguns pontos principais de cada patologia. Ao decorrer da cartilha também são abordados temas como o acolhimento ao paciente e a família, abordagem terapêutica não farmacológica, o papel do profissional frente ao paciente com risco de suicídio, e o incentivo ao autocuidado do paciente. Destaca-se a necessidade da elaboração de mais estudos que abordem a atuação da enfermagem frente aos cuidados em saúde mental de crianças e adolescentes, visto que os transtornos mentais nesta população se mostram crescentes.