Introdução: O câncer de próstata (CP) é o tipo de neoplasia mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. No Brasil, estimam-se 65.840 casos novos de CP e 15.841 mortes para cada ano do triênio 2020-2022. A mistificação e os aspectos culturais da masculinidade, como o medo, o machismo, a perda da virilidade, faz o indivíduo recuar ou mesmo adiar a prevenção e o diagnóstico precoce. Objetivos: relatar a experiência de acadêmicas de enfermagem ao prestar assistência em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com baixa adesão ao exame preventivo do câncer de próstata. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido durante o estágio supervisionado de acadêmicas de enfermagem da Escola de Enfermagem (EENF) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que ocorreu entre os meses de novembro de 2021 a março de 2022 em uma UBS no município de Murici/Alagoas. Resultados: A partir da observação do caderno de marcação de consultas, notou-se que havia uma baixa adesão do público masculino às consultas. Em uma reunião com a equipe, foi verificado que o número de pessoas do sexo masculino na unidade sempre foi baixo, mas que durante a pandemia da covid-19, esse número decresceu. Devido a isso, foi feita a procura dos prontuários desses indivíduos e realizada a busca ativa dos mesmos, na qual era explicada a importância dos cuidados com a próstata e a importância do exame preventivo. Com o intuito de aproximar o usuário a UBS foi feito um grupo no WhatsApp com todos os usuários do sexo masculino com o objetivo de tratar acerca de temas relacionados a saúde do homem. Foram realizadas ainda salas de espera de forma remota com os temas escolhidos pelos usuários e por fim foi realizada uma sala de espera presencial com o tema novembro azul e a prevenção do câncer de próstata, em que foram realizados mais de 50 encaminhamentos para a realização do exame de toque retal e para o exame próstatico específico (PSA), além de testes rápidos para sífilis, hepatites B e C e HIV. Conclusão: A realização de inovações no cuidado é de suma importância para o rastreamento do CP. Além disso, é importante enfatizar que a realização de educação em saúde, busca ativa dos pacientes, orientação sobre os fatores de riscos, melhorias na estrutura dos programas de rastreamento e a capacitação dos profissionais que atuam na Atenção Primária a Saúde são primordiais para a detecção precoce e aumento nas chances de cura.