O Aleitamento Materno (AM) é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência exitosa da atuação colaborativa de profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) no desenvolvimento de ações realizadas durante a pandemia para adesão de mães à prática do aleitamento materno e na doação de leite humano. Devido a uma diminuição na quantidade de leite humano doado para a sala de AM em uma UAPS do Município de Fortaleza, CE sentida já nos primeiros meses de início da pandemia, profissionais das |ESF planejaram a execução de atividades que reforçassem a prática da amamentação e doação. A intensificação das ações foram iniciadas durante o Agosto Dourado em 2020 e mantidas até os dias atuais incluindo: grupos pequenos de gestantes em área de ar livre na unidade, visitas de gestantes à sala do AM, fluxo da sala do teste do pezinho para a sala do AM com cadastro das puérperas como doadoras de leite materno e marcação da primeira consulta de puericultura para o recém-nato, vigilância epidemiológica através do relatório mensal retirada pelo agente de endemia das crianças nascidas nas microáreas adscritas, intensificação da prática do AM durante as consultas de puericultura. Destacamos que além dessas ações realizamos um projeto que envolveu os Agentes Comunitários de Saúde na captura ativa e precoce de recém-nascidos para os atendimentos da unidade e no acompanhamento por telefone em momentos de pico pandêmico e na busca do leite ordenhado pela lactante em domicílio. Os resultados alcançados foram a implantação de fluxos efetivos garantidos para a sala do AM, ampliação no cadastro de lactantes doadas e, por conseguinte, aumento na doação de leite humano, melhor adesão das mães ao AM bem como a certificação da UAPS como Unidade Amiga da Primeira Infância em dezembro de 2020. Concluímos que as ações colaborativas desenvolvidas foram primordiais para a sensibilização das gestantes e lactantes em momentos críticos da pandemia através da reorganização dos processos de trabalho e de ações de promoção, proteção e apoio ao AM, empoderando famílias e incentivando a amamentação e doação de leite humano.