Introdução: Considera-se o tabagismo como um importante problema de saúde pública, além de ser uma causa evitável de morbidade e mortalidade prematura. Isso porque no último século, cerca de 100 milhões de pessoas morreram em decorrência do tabagismo. Objetivo: Identificar a perspectiva de enfermeiros da atenção primária à saúde quanto ao uso de tabaco. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado com enfermeiros da atenção primária à saúde de Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil, com no mínimo 12 meses de atuação nesse tipo de serviço. A coleta de dados ocorreu por pesquisadora do sexo feminino, em abril de 2022, no próprio serviço de saúde, com aplicação de questionário semiestruturado (dados sociodemográficos e aspectos sobre o uso do tabaco) elaborado pelos próprios pesquisadores, testado previamente com população semelhante que não integrou o estudo. O tamanho da amostra foi definido pelo critério de reincidência de informação. Os dados foram analisados por meio do discurso do sujeito coletivo. Esse estudo integra o projeto matricial “Ensino, práticas e tecnologias inovadoras na saúde e educação”, aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, CAAE: 28214720.9.0000.5166 e parecer n. 3.903.714. Resultados: Participaram do estudo 17 enfermeiros, com predominância do sexo feminino (n=15), brancos (n=10), faixa etária entre 28 e 48 anos, possuindo religião (n=15), casados (n=10) e com filhos (n=9). Pelos discursos, notou-se certa preocupação em relação ao uso de tabaco na comunidade, sendo definido pelos enfermeiros como importante fator de risco para doenças respiratórias, câncer e doenças cardiovasculares. Outros discursos apontam o início por influência de amigos, quando usado por adolescentes. Houve também, perspectivas que consideraram o tabagismo como uma dependência de difícil tratamento na Atenção Primária à Saúde, porém, menos grave que o alcoolismo. Conclusão: Evidencia-se uma variedade de perspectivas acerca do uso do tabaco, embora em sua maioria reforçam os malefícios do tabaco e os desafios em estabelecer terapêuticas a esses usuários. Percebe-se ainda que a atenção e cuidados realizados passam pela forma como essa dependência química é interpretada pelos profissionais da saúde.