Introdução: A crise sanitária, econômica e social instalada pela pandemia da COVID-19 agravou ainda mais os problemas de saúde e educação da população, impactando diretamente os jovens estudantes. Objetivo: Analisar os comportamentos de saúde de jovens estudantes durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo transversal realizado em outubro a dezembro de 2020 com 282 estudantes de 18 a 24 anos de sete campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. Aplicou-se um formulário eletrônico e o instrumento Adolescent Health Promotion Scale (versão brasileira) composto por seis subescalas relativas à Nutrição, Suporte Social, Responsabilidade pela Saúde, Valorização da Vida, Exercício Físico e Controle do Estresse. Os dados foram compilados no programa estatístico SPSS, e foi realizada análise estatística descritiva. Resultados: A média de idade dos estudantes foi de 21,3 anos com Desvio-padrão (DP) = 1,8. 56%, são mulheres cisgênero, 56,4% de raça parda, 93,3% solteiro(a), 71,6% heterossexuais, 54,6% possuíam renda familiar maior ou igual a 1 salário mínimo. 74,5% estavam matriculados em cursos de graduação e 40,1% percebiam seu estado de saúde como bom. A média geral da escala foi de 3,29 (DP = 0,56); as subescalas variaram de 2,40 (exercício físico); 3,05 (suporte social e responsabilidade pela saúde); 3,40 (controle do estrese); 3,62 (nutrição) a 3,76 (valorização da vida). A média dos itens variou de 1,70 no item que tratava da participação semanal em aulas de educação física a 4,30 sobre fazer pelo menos três refeições diariamente (café da manhã, almoço e jantar). Destaca-se os itens que apresentaram médias menores que 3 como todos da subescala de exercício físico, também 3 dos 5 itens da subescala de suporte social, por exemplo, falar dos seus problemas para outras pessoas. Além de dois itens na subescala de responsabilidade pela saúde: conversar sobre preocupações de saúde com profissionais de saúde e procurar escolher alimentos sem conservantes. Conclusão: Os comportamentos relacionados ao exercício físico, suporte social e responsabilidade pela saúde foram os que apresentaram pior desempenho, refletindo o impacto do fechamento das escolas nas condições de saúde dos estudantes. Recomenda-se ações integradas entre os setores saúde e educação para minimizar os efeitos da pandemia, enfocando a prevenção de agravos e a promoção da saúde, estimulando comportamentos saudáveis e considerando as necessidades dos estudantes.