INTRODUÇÃO: A trajetória assistencial exemplifica o caminho do usuário na busca pela atenção à saúde na rede de um Sistema de Saúde, podendo evidenciar a fragmentação da atenção e corroborar para análises da gestão em melhoria da organização dos serviços de saúde. OBJETIVO: Relatar possíveis ações de planejamento à gestão em saúde, por meio da análise de fragilidades encontradas em trajetórias assistenciais no acesso de usuários na rede de atenção à saúde. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência realizado em um município da região médio norte mato-grossense, por meio de projeto de extensão universitária, na elaboração de sínteses de trajetórias assistenciais de usuários de um sistema público de saúde para subsidiar o planejamento e o apoio institucional, de fortalecimento da integração ensino-serviço, resultando em relatórios técnicos para a gestão em saúde ampliar a resolubilidade da sua rede assistencial. RESULTADOS: No processo analítico das trajetórias assistenciais evidenciou fragmentação da atenção por tempo de espera para acessar serviços de referência, falhas na orientação de profissionais de saúde quanto a documentação necessária para o agendamento, incoerência e relatos de perdas de exames no sistema de informação, além da invalidação de exames devido à tardia realização. Há relatos de dificuldades para conseguir o transporte municipal para ir à consulta ao especialista ou para realizar exame, quando referenciado para outro município. Os achados possibilitaram recomendação quanto ao acompanhamento do usuário pela rede de atenção primária à saúde e maior integração na comunicação com a regulação assistencial. Sugere-se ampliar por meio da integração ensino-serviço o apoio institucional para a capacitação dos profissionais, formar um comitê de análise sobre as inconformidades que o sistema de informação apresenta com aposta para ampliar o monitoramento do usuário na rede de atenção e efetivar a avaliação como ferramenta da gestão. Fortalecer a comunicação do setor de regulação municipal com os serviços de referência para viabilizar uma agenda que otimize o fluxo e a capacidade de congregar maior número de usuários para aquele serviço de referência, além de antecipar previamente o agendamento para minimizar redução de absenteísmo em consultas e exames. CONCLUSÃO: Observou-se a necessidade de promover debates sobre a trajetória assistencial no intuito de planejar melhorias na rede de atenção, como também despertar espaços de cogestão.