Introdução: A amamentação é uma condição possível aos mamíferos e que concede segurança alimentar aos neonatos e oportuniza às mulheres a alimentação de seu filho (a). Algumas mulheres acometidas por doenças virais são impossibilitadas de exercerem a amamentação, outras por patologias como o câncer de mama que tenham acometido a função mamária ou que estejam ainda no uso dos medicamentos específicos que sejam incompatíveis com a amamentação. Objetivo: relatar de forma reflexiva a experiência vivenciada no exercício prático do doutorado em um banco de leite humano de um hospital universitário no Rio de Janeiro em novembro de 2021. Metodologia: estudo descritivo, tipo relato de experiência sobre o acompanhamento do primeiro mês de vida neonatal com o manejo clínico e apoio à amamentação de uma mulher com 50 anos que vivenciou sua primeira gestação após um segmento de câncer de mama em remissão que tirou a função fisiológica da mama direita. A usuária participou de 2 consultas no banco de leite durante a gestação, foi atendida por 2 enfermeiras que a conduziram para a preparação da amamentação. A cesariana foi marcada para 40 semanas, contou com a participação das enfermeiras no pós-operatório imediato para apoiarem a 1ª mamada. Resultados: Dentro das recomendações de boas práticas do parto e nascimento foram garantidas o contato pele a pele, amamentação na 1ª hora de vida, presença e apoio do pai durante o processo, a 1ª mamada foi assistida por Enfermeiras, assim como o segmento neonatal foi programado para o primeiro mês de vida, ocorrendo uma visita domiciliar no 7º dia e consultas online nas três semanas seguintes. Não foi observado contexto que gerasse preocupação pelo fato de ter apenas uma mama para lactar, surgiram dúvidas sobre posicionamento da bebê, motivos de choro e se o leite materno sustentava. Foi garantido o aleitamento materno exclusivo no 1º mês de vida. Conclusões: De um modo geral as puérperas vivenciam expectativas e medos sobre a fase de lactação, as experiências são comumente dolorosas, pois a maioria relata sofrimento nessa fase. Pensar na puérpera que viveu o câncer de mama com todos os estigmas sociais que o contexto envolve reforça quão importante se torna a presença de Enfermeiras especialistas para estabelecer condições necessárias para que tal experiência possa ser vivida com qualidade e segurança, independente do período que for possível amamentar.