Introdução: Os Protocolos de Enfermagem (PEs) são instrumentos que norteiam e respaldam a atuação da equipe de Enfermagem em serviços de saúde. Sua existência está prevista em legislações específicas da classe e em políticas públicas. No âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), os PEs qualificam e fortalecem a assistência e a autonomia do (a) enfermeiro (a). Objetivo: Relatar a experiência de implantação de PEs na APS em Governador Valadares/MG. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência com base na construção e implantação de nove PEs na APS de Governador Valadares/MG durante os anos de 2018 a 2020. A APS é composta por 69 equipes com a presença de enfermeiros (as), que desenvolvem atividades assistenciais, educativas e gerenciais. Resultados: A elaboração dos PEs decorreu da necessidade dessa normativa no município, uma vez que eram inexistentes. Foi um processo que envolveu enfermeiros (as) atuantes na Gestão e nas equipes da APS e contou com a colaboração de profissionais da Atenção Especializada e do Hospital Municipal de Governador Valadares. Baseando-se em evidências técnico-científicas existentes, consideraram-se a expertise, as competências e habilidades dos (as) profissionais no cenário municipal para a criação dos protocolos. Incluíram-se fluxos, linhas de cuidado, conteúdo, objetivos e procedimentos nos atendimentos de Enfermagem na APS, tais como a solicitação de exames laboratoriais e de imagem e a prescrição de medicamentos importantes em programas de saúde pública. Assim, o Decreto Municipal nº 11.245/2020 implantou os seguintes PEs: Atenção à hipertensão arterial e diabetes mellitus; Atenção à saúde da criança; Atenção à saúde da mulher; Atenção à saúde do idoso; Atenção à saúde mental; Classificação de risco e acolhimento à demanda espontânea; Infecções sexualmente transmissíveis; Planejamento familiar e saúde sexual reprodutiva; Pré-natal e puerpério. Após a publicação, os (as) enfermeiros (as) de todas as equipes passaram por momentos de educação permanente em saúde para a adoção dos PEs. Conclusão: A construção e implementação dos PEs na APS foi um processo democrático e emancipatório, que fortaleceu a autonomia e evidenciou as competências e habilidades do (a) enfermeiro na elaboração de fluxos de atendimento e linhas de cuidado, bem como na assistência à população.