A Organização Mundial da Saúde delimita a faixa etária da adolescência entre os 10 e 19 anos de idade, já o Estatuto da Criança e do Adolescente refere ser o período compreendido entre 12 e 18 anos de idade. Comumente, a literatura aborda o adolescente como pessoa vulnerável, pois nessa faixa etária, o indivíduo encontra-se em uma fase de importantes transformações biológicas e mentais, articuladas a um redimensionamento de identidades e de papéis sociais. Nesse contexto, a gravidez não planejada nessa fase pode interferir bruscamente no desenvolvimento da pessoa que se encontra em formação, pois não é raro que a adolescente, sobrevindo a gravidez, deixe os estudos e adie seus planos naturais para a idade, ficando vulnerável a implicações físicas e emocionais. Nesta perspectiva o objetivo dessa pesquisa foi identificar as principais implicações físicas e emocionais da gestação na adolescência. A metodologia utilizada na presente pesquisa foi a revisão integrativa de literatura com a utilização dos descritores: “gravidez”, “adolescência”, “complicações” associados ao operador booleano AND na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram encontrados 7.113 artigos, que após os filtros: disponível na integra e período de 2009 a 2021, resultou em 268 artigos. Após a leitura do título e resumo das publicações, selecionou-se 12 para a leitura na íntegra e composição da síntese teórica. As consequências biológicas da gravidez na adolescência são maiores incidências de síndrome hipertensiva da gravidez, diabetes gestacional, anemia, maior risco de aborto, complicações no parto, aumento da mortalidade materna e infantil. Já no que diz respeito ao recém-nascido observa-se taxas mais elevadas de baixo peso ao nascer, prematuridade, APGAR mais baixo, traumas obstétricos, maior frequência de doenças perinatais e mortalidade infantil. Os efeitos sociais negativos da gestação adolescente são a perda de oportunidades educacionais e de trabalho. Diante disso, observa-se também efeitos psicológicos associados ao conflito emocional, como baixa autoestima, insônia, desânimo, depressão, ansiedade e estresse. Pode-se concluir que a gravidez na adolescência acarreta muitos riscos tanto para a adolescente quanto para o recém-nascido e cabe aos profissionais de saúde realizar intervenções nas unidades básicas e escolas, acolhendo as adolescentes e realizando educação em saúde para práticas sexuais seguras, atuando na prevenção da gravidez, bem como infecções sexualmente transmissíveis.